Estande da ACIEG na FICOMEX 2024 Foto Cristiano Borges

ACIEG pepara a FICOMEX 2025 com expectativa de ir muito além do sucesso alcançado em 2024

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Da Redação

Brasília – A pouco mais de quatro meses da realização da FICOMEX 2025, a Associação de Comércio e Indústria do Estado de Goiás (ACIEG) está preparando para este ano a quarta edição daquela que é a única mostra do Brasil dedicada ao comércio exterior na certeza de que o evento superará os resultados alcançados em 2024, tanto em número de empresas participantes, de convidados e de reuniões entre empresários brasileiros e internacionais e de negócios realizados.

A FICOMEX 2024, sob o tema “O Brasil Central e a Geração de Negócios com o Mercado Global” contou, na abertura, com a presença de sete governadores dos estados do Consórcio do Centro-Oeste, três ministros de Estado, diversas autoridades do Brasil inteiro, mais de 50 embaixadas e Câmaras de Comércio e um público superior a 2 mil pessoas.

Em entrevista exclusiva por telefone ao Comexdobrasil.com, o presidente da ACIEG, Rubens Fileti afirmou que  “em 2024, a FICOMEX deixou de ser um evento regionalizado, restrito ao Centro e Norte do País, para se tornar um evento global e a repercussão foi muito maior do que esperávamos. A edição foi focada em três pilares: de negócios, políticas públicas e de educação. A inclusão do pilar de políticas públicas do Brasil e do exterior para os painéis e debates da feira, contribuiu decisivamente para que o resultado ultrapassasse as nossas previsões”.

A expectativa em torno de um sucesso ainda maior na feira que será realizada de 27 a 29 de setembro se baseia principalmente no fato de que dois novos temas serão acrescidos à agenda dos trabalhos realizados em 2024, com a inclusão de dois vetores igualmente relevantes: transformação digital e sustentabilidade. Temas que ganham ainda maior relevância na medida em que a FICOMEX 2025 será realizada a menos de cinco meses da COP30, a conferência global das Nações Unidas sobre o clima, programada para o mês de novembro, em Belém.

Mas a inclusão desses novos temas não implicará na criação de dois outros pilares aos três tópicos centrais que permearam a feira de 2024. De acordo com Rubens Fileti, “vamos trazer esses dois temas como pontos centrais dos três pilares que marcaram a última edição da FICOMEX. Portanto, não serão criados mais dois pilares. A transformação digital e sustentabilidade serão transversais dos três pilares que contribuíram de forma decisiva para o êxito da edição do ano passado da feira”.

ApexBrasil: apoio e parceria com o Programa Exporta Mais Brasil

Além disso, neste ano, a FICOMEX terá duas outras novidades: uma delas é o acréscimo de mais um dia na programação, que passará a contar com três dias, contra apenas dois em 2024. Assim, o evento acontecerá na quinta-feira, sexta-feira e no sábado. Outra novidade está no fato de que este ano através do Programa Exporta Mais Brasil que visa facilitar o contato de empresas brasileiras com o mercado internacional, a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) que participará da Feira pelo segundo ano consecutivo, realizará, no âmbito da Feira, uma edição do Programa Exporta Mais Brasil, no setor de Alimentos e Bebidas Industrializados, promovendo rodadas de negócios com participantes brasileiros e internacionais.

Nesse contexto, a ApexBrasil trará a Goiânia 12 compradores internacionais de todos os continentes e 48 vendedores nacionais. A expectativa é de que as reuniões e rodadas de negócios entre exportadores brasileiros e importadores internacionais contribuam para um aumento expressivo dos números e valores de negócios a serem fechados nos três dias do evento.

A ApexBrasil levará ainda à FICOMEX 2025 o Programa Rota Exportadora, através do qual realizará atendimentos e indicará as soluções mais adequadas para cada empresa em seus processos de internacionalização comercial

Para a ACIEG, o estreitamento da parceria com a ApexBrasil tem sido de grande valia nos esforços que a Associação realiza buscando aumentar a participação de pequenas e médias empresas goianas no comércio exterior. “A parceria entre a ApexBrasil e a FICOMEX traz possibilidades interessantes. O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, vem realizando um grande trabalho no sentido de apoiar o comércio exterior, e as exportações de modo especial, de estados, como Goiás, que buscam aumentar sua participação no comércio exterior brasileiro e principalmente através da internacionalização das pequenas, micro e médias empresas”.

A participação da ApexBrasil na Feira é celebrada por Fileti, que avalia que isso representa “a concretização de um dos principais parceiros de comércio exterior, atração de investimentos e novos negócios do Brasil, mostrando a consolidação da FICOMEX. A edição de 2024 resultou em R$ 500 milhões em negócios prospectados e a expectativa para este ano é ainda maior.”

A representante da ApexBrasil no Centro-Oeste, Cíntia Faleiro, destaca que a parceria traduz o objetivo de promover as exportações de produtos e serviços e apoiar a competitividade global do Brasil. “Ao unir forças, é possível ampliar o alcance das ações e oferecer suporte estratégico, inteligência de mercado e capacitação para empresários interessados em exportar, além de reduzir barreiras e incentivar um ambiente mais favorável aos negócios internacionais”, pontua.

Para a Agência, o fato de a sustentabilidade ser destaque na FICOMEX 2025 também contribui para a prospecção de negócios. “Isso promove um comércio exterior mais sustentável e alinhado com as novas exigências globais de ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança), que devem ser prioridade no planejamento estratégico das empresas”, reforça Faleiro.

O presidente da Câmara de Comércio Exterior (COMEX) da ACIEG, Getúlio Faria, destaca que “essa participação é fundamental para aumentar as conexões das empresas brasileiras no cenário internacional, especialmente dos setores contemplados pela edição do programa”. Já a representante da ApexBrasil ressalta que “a FICOMEX é um espaço estratégico para o Exporta Mais Brasil, pois é possível fomentar o networking e fortalecer o mundo dos negócios internacionais, podendo, assim, potencializar as exportações em todas as regiões”.

Reflexos da FICOMEX no comércio exterior de Goiás e apoio do SEBRAE

Na percepção do presidente da ACIEG, os reflexos da FICOMEX no comércio exterior de Goiás são visíveis e ele menciona dois fatos para comprovar: após a edição do ano passado, empresários da Câmara da Indústria e do Comércio do Japão, em São Paulo, convidaram a Associação para fazer uma apresentação na capital paulista sobre a economia e o comércio exterior de Goiás e um relato sobre a FICOMEX 2025. “O evento contou com a participação de empresas de grande e médio porte, como a Mitsubishi, representada pelo seu presidente, a Toyota e outras companhias de todos os portes, interessadas em conhecer o estado de Goiás e o Centro-Oeste em geral, e só tiveram esse tipo de contato após a realização da feira do ano passado”, afirma Rubens Fileti.

O executivo da ACIEG destaca outro fato marcante gerado pela FICOMEX do ano passado, que se deu através de uma participação relevante das micro e pequenas empresas, que despertou o interesse do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) em participar com grandes projetos nessa próxima edição para trazer às PMEs  uma iniciativa chamada Trilhas de Conhecimento (uma ferramenta que disponibiliza conteúdos sobre os programas mais relevantes e atuais do mercado para capacitar empreendedores). Rubens Fileti destaca que “esse movimento surgiu graças a uma demanda expressiva dos micro e pequenos empresários interessados em obter mais informações sobre como exportar e importar produtos e serviços”.

FICOMEX e o cenário imprevisível do comércio internacional

Em 2024, a ACIEG tornou-se signatária do Pacto Global 2030 da ONU e com isso aumentou o interesse da Associação em participar dos debates envolvendo questões ligadas às mudanças climáticas e à sustentabilidade.

Para o presidente da ACIEG, “a adesão ao Pacto nos dá o gabarito de levarmos informações e até mesmo apoiar o setor produtivo, as entidades e os governos, para que possamos prestar consultoria a eles, de forma a elevar o nível de competitividade entre estados e instituições, transmitindo a esses entes os conteúdos e mensagens que o Pacto Global 2030 da ONU vem nos passando”.

Ao ser questionado sobre a guerra comercial gerada pela imposição unilateral pelo presidente Donald Trump de tarifas sobre produtos exportados pelos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, Rubens Fileti disse que ultimamente vem recebendo esse tipo de questionamento por parte de diversos canais de comunicação e que “acabamos assumindo um protagonismo como consequência de a FICOMEX do ano passado ter se transformado em um agente relevante e a partir daí estamos ‘provocando’ os entes públicos, as bancadas de Goiás na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para manter essa interlocução e dar muita munição para as nossas bancadas levarem a informação ao desconhecido. Com a FICOMEX, temos uma oportunidade ímpar de ‘provocar’ o debate entre os países, através das embaixadas e dos mais de 50 embaixadores que devem estar presentes à Feira deste ano e entre os convidados que estaremos trazendo ‘provocações’ que nos permitam começar a estudar mais como as coisas poderão ser feitas no enfrentamento dessa questão”.

Rubens Fileti não descarta a possibilidade de o estado de Goiás acabar sendo beneficiado com as taxações impostas pelo presidente Trump. Segundo ele, “algumas informações circulam nos bastidores de Goiás indicando que o estado poderá vir a ganhar com as tarifas lançadas pelo governo americano. Mas tudo ainda é muito recente e não sabemos o que efetivamente acontecerá e se realmente vamos nos beneficiar com a taxação de proteínas animais, dos produtos siderúrgicos e do alumínio. Temos informações de que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal ficam sem munição para acionar o Itamaraty e é importante apresentar ao parlamento algumas informações que são realmente válidas e relevantes e nesse contexto trabalhamos no sentido de levar informações e conhecimentos aos integrantes das bancadas goianas na Câmara e no Senado Federal”.

Segundo Fileti, “é importante destacar que temos confederações como a CNA, CNI, que desempenham um papel importantíssimo, mas existe um gap muito grande entre essas confederações e as bancadas federais nos estados. Isso acaba fazendo com que entidades como a ACIEG e a FIEG e todos os entes que participaram da FICOMEX do ano passado tenham um papel muito importante para que possamos levar mais discussões e propostas positivas, que é um dos pilares que nos propusemos a fazer com a criação do pilar relacionado às políticas públicas”.

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