Itajaí (SC) – Principal responsável pelo equilíbrio da balança comercial brasileira, o agronegócio segue batendo recordes de exportação ano a ano. O setor fechou 2022 com exportações recordes de US$ 159,1 bilhões, crescimento de 32% em relação a 2021, segundo dados do Governo Federal. E o início de 2023 também traz resultados expressivos, encerrando fevereiro registrando superávit comercial de US$ 8,56 bilhões. Hoje o Brasil lidera o ranking mundial dos países exportadores de soja, açúcar, carne, carne de frango e suco de laranja.
Os preços internacionais das commodities vêm se sustentando em alto patamar desde 2020, com destaque para o mercado de grãos. Baixos estoques globais, associados a choques de restrição à oferta (pandemia, guerra e problemas climáticos em diversos países), elevaram os valores pagos e geraram preocupações ao redor do mundo em relação à inflação dos alimentos e aos riscos de recessão e insegurança alimentar.
“O agronegócio é o setor com mais força para crescimento nas exportações e o mais resistente às instabilidades do mercado internacional. É o agro que tem contribuído para o equilíbrio da balança comercial brasileira nas últimas décadas, diante do potencial de venda dos nossos produtos do setor para o mundo afora”, destaca o CEO da empresa especializada em comércio exterior 3S CORP Soluções Internacionais, Lucas Vogt Schommer.
De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a soja em grãos liderou as vendas externas no ano passado, com receita de US$ 46,6 bilhões, 20,8% a mais que 2021. Em segundo lugar ficou o milho, que teve a maior variação entre os itens exportados (196,6%), chegando a US$ 12,1 bilhões. Completam a lista dos cinco primeiros a carne bovina in natura (US$ 11,8 bilhões), farelo de soja (US$ 10,3 bilhões) e açúcar de cana em bruto (US$ 9,5 bilhões). China, União Europeia e os Estados Unidos figuram entre os principais destinos.
A taxa de câmbio também seguiu favorável às exportações. Diferentemente do que se espera em um momento de alta de preços de commodities e de valores exportados, em que ocorre grande entrada de dólares no país, a taxa cambial permaneceu elevada diante do ambiente de incertezas macroeconômicas nacionais e internacionais, havendo, assim, mais um fator de incentivo ao exportador brasileiro.
Importação de maquinários e tecnologia
Ainda dentro do comércio exterior voltado para o agronegócio, merece destaque a crescente importação de maquinários do setor. “Na parte de grãos, somos auto ssuficientes, o que nos fortalece ainda mais como exportadores. Mas em relação aos maquinários, temos muitas oportunidades para importar e trazer para o Brasil produtos com tecnologia diferenciada que podem potencializar os resultados nacionais. Temos grandes cases de sucesso no setor de maquinários, como as empresas John Deere, Massey Ferguson e a nacional Agrale”, avalia a CEO da Upsell Comex, Larissa Anselmo.