Novo Hamburgo – Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, em outubro, os calçadistas embarcaram 10,2 milhões de pares para o exterior, o que gerou uma receita de US$ 84,3 milhões. Em dólares, o registro é 18,2% superior ao auferido no mesmo mês do ano passado. Já em volume o número é 1,2% maior no mesmo comparativo. Isso se dá pelo fato do preço médio do calçado embarcado ter passado de US$ 7, em 2015, para US$ 8,25 em 2016.
Com o resultado de outubro, os calçadistas somaram 97 milhões de pares embarcados, o que gerou US$ 786,8 milhões no acumulado dos dez meses do ano. Os números são superiores tanto em volume (2,1%) quanto em valores (0,6%) no comparativo com igual ínterim do ano passado.
Apesar dos números levemente superiores aos registros de 2015, o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, adota cautela na expectativa para o final de ano.
“A flutuação cambial tem prejudicado as negociações dos calçadistas, o que torna o cenário imprevisível para este final de ano. O dólar varia diariamente, o que torna a negociação muito mais complicada, especialmente para o exportador, que muitas vezes abre mão de boa parte da sua rentabilidade para manter o cliente”, avalia.
Destinos
Entre janeiro e outubro , os principais destinos do calçado brasileiro foram os Estados Unidos (9,57 milhões de pares por US$ 173,3 milhões, incrementos de 9% e 16,7%, respectivamente, na relação com igual período do ano passado), Argentina (8,53 milhões de pares por US$ 98,44 milhões, incrementos de 20% e 64,7%) e França (6,5 milhões de pares por US$ 43 milhões, incrementos de 3,1% e 0,8%).
Origens
O principal exportador brasileiro de calçados segue sendo o Rio Grande do Sul. Respondendo por 44,5% do total gerado com as exportações ao longo de 2016, o Estado foi responsável pelo embarque de 23 milhões de pares que geraram US$ 349,8 milhões entre janeiro e outubro do ano corrente. Os registros são superiores tanto em volume (47,4%) quanto em dólares (19%) no comparativo com igual período de 2015.
O segundo exportador do País no período foi o Ceará. Nos dez meses, os cearenses embarcaram 36,2 milhões de pares que geraram US$ 203,6 milhões, resultados que são 7,3% inferiores em volume e 3% superiores em receita no comparativo com o mesmo período do ano passado.
O terceiro maior exportador do período foi São Paulo. No ínterim, os paulistas embarcaram 7,6 milhões de pares que geraram US$ 88,65 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-7,3%) quanto em valores (-14%) no comparativo com o ano passado.
Calçados esportivos
Entre janeiro e outubro destaque para a exportação de calçados esportivos. Conforme relatório da Abicalçados, dessa modalidade foram embarcados 1,64 milhão de pares que geraram US$ 21 milhões, resultados superiores tanto em pares (111%) quanto em dólares (120,7%) no comparativo com igual ínterim de 2015. “Com um valor médio de quase US$ 13 por par, o calçado esportivo tem sido um fator importante no incremento dos resultados gerados com as exportações”, comenta Klein.
Importações
Com a demanda por calçados em queda no mercado interno, mesmo o dólar mais desvalorizado não tem sido suficiente para aumentar as importações do produto. Nos dez primeiros meses do ano entraram no Brasil 19,8 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 297,54 milhões, números inferiores tanto em pares (-35,6%) quanto em dólares (-33%) no comparativo com igual ínterim de 2015.
As principais origens das importações no período foram Vietnã (9 milhões de pares e US$ 163,6 milhões, quedas de 35,3% em volume e 32,6% em receita no comparativo com igual período de 2015), Indonésia (3,54 milhões de pares e US$ 63 milhões, quedas de 40,4% e 39,3%, respectivamente) e China (5,4 milhões de pares e US$ 31,8 milhões, quedas de 10% e 23,4%).
Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações alcançaram US$ 35,7 milhões no período, resultado 30,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2015. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.
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Fonte: Abicalçados