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Nova York, Xangai, Munique e Dubai terão escritórios da CNI para fortalecer presença da indústria brasileira no exterior

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Escritórios serão as primeiras sedes internacionais da entidade, com foco em ampliar negócios, investimentos e inovação para a indústria nacional

Da Redação (*)

Brasília – Como estratégia para fortalecer a competitividade da indústria brasileira no cenário global, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) anuncia a abertura de quatro escritórios de representação em regiões estratégicas para a promoção dos interesses da indústria brasileira no exterior. As novas unidades funcionarão em Nova York (EUA), Xangai (China), Munique (Alemanha) e Dubai (Emirados Árabes Unidos). O anúncio será feito pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, durante reunião de diretoria da entidade, na próxima terça-feira (30).

O objetivo da iniciativa é ampliar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, conectando a indústria nacional a oportunidades de negócios, investimentos e inovação. Além disso, os escritórios vão apoiar empresas brasileiras no acesso a mercados externos e vão promover investimentos estrangeiros no Brasil.

De acordo com Alban, o movimento é parte essencial da agenda de reindustrialização do país, visando superar o desafio da pauta exportadora brasileira, ainda concentrada em produtos de baixo valor agregado.

Maior presença nos grandes mercados internacionais

“Se queremos uma indústria competitiva e inovadora, precisamos ocupar espaço no mundo, ainda mais diante de um cenário internacional desafiador, marcado por novas barreiras comerciais e pelo aumento de tarifas. Os escritórios vão aproximar nossas empresas de mercados-chave, possibilitar parcerias estratégicas e ampliar a visibilidade internacional do Brasil. Nossa missão é clara: defender os interesses da indústria brasileira, reduzir vulnerabilidades e transformar esses desafios em oportunidades para levar a indústria brasileira ao mundo e trazer o mundo para a nossa indústria”, diz Ricardo Alban.

O presidente da CNI destaca ainda que o Brasil é o 24º no ranking de exportadores globais e responde por apenas 1,2% do comércio mundial, segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Dados da CNI mostram que a China é o principal parceiro comercial do Brasil, destino de 28% das exportações brasileiras em 2024. Embora a pauta seja concentrada em commodities agrícolas e minerais, cresce o espaço para diversificação em bens manufaturados, tecnologias verdes e soluções industriais. Os Estados Unidos aparecem como o segundo maior parceiro do Brasil e são o principal destino dos investimentos greenfield brasileiros no exterior (aqueles que começam um empreendimento internacional do zero), com crescimento de 52,3% na última década.

A Europa, por sua vez, responde por 16,7% das exportações brasileiras e mantém investimentos consistentes no país há mais de duas décadas, reforçando a importância para a indústria nacional. Já Dubai consolidou-se como o principal hub logístico e comercial do Oriente Médio e Norte da África, atuando como plataforma de reexportação para dezenas de mercados da região. Entre 2023 e 2024, as exportações brasileiras para os Emirados Árabes Unidos cresceram 44% em valor.

Criação de novas parcerias tecnológicas e industriais

“A presença de pontos focais da indústria brasileira nesses mercados estratégicos permite apoiar nossas empresas em cadeias de valor sofisticadas, fomentar parcerias tecnológicas e industriais de alto valor agregado, cultivar relacionamentos institucionais essenciais e posicionar o Brasil como destino atrativo para investimentos”, destaca Alban.

Realizada em parceria com a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP), a iniciativa reforça a cooperação institucional para ampliar resultados. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Jorge Lima, explica que a InvestSP já dispõe de infraestrutura física e equipes locais, otimizando custos e garantindo maior agilidade na operação.

“A parceria entre a agência e a CNI reforça a atuação conjunta para promover competitividade e o desenvolvimento industrial, contribuindo para a criação de mais emprego e renda para a população”, destacou Lima.

Além desses quatro escritórios, a CNI está em tratativas com a própria InvestSP e outras instituições, como a Apex Brasil, em busca de parceria para criar outras unidades, ampliando ainda mais a presença da indústria brasileira no exterior.

A estratégia prevê funções específicas para cada escritório:

  • Nova York: defesa dos interesses da indústria brasileira nos EUA, fortalecimento da imagem setorial e suporte em agendas institucionais de alto nível.
  • Xangai: mobilização de investimentos e parcerias em inovação e P&D, além de apoio a delegações brasileiras em feiras, missões e eventos estratégicos.
  • Munique: coordenação regional na Europa, com foco em financiamento, inovação, sustentabilidade e manufatura avançada.
  • Dubai: articulação para ampliar a presença brasileira nos mercados do Oriente Médio e da Índia, com foco na atração de investimentos produtivos e na ampliação das oportunidades para a indústria nacional.

Os escritórios internacionais da CNI também vão apoiar as federações estaduais de indústria e os conselhos empresariais bilaterais, que funcionam como espaços de negócios e diálogo de alto nível entre empresas brasileiras e estrangeiras. A iniciativa prevê a realização de rodadas de investimento e a aproximação entre companhias nacionais e internacionais em mercados prioritários, como Emirados Árabes, Índia e China.

Cada escritório terá sua própria agenda de atividades para os próximos 12 meses, atualmente em fase de definição. Entre as ações já previstas está a Semana da Indústria em Nova York, programada para 2026, e um seminário de investimentos na China.

(*) Com informações da CNI

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