Wooden furniture in minimal dining room interior design

Exportações de móveis e colchões ensaiam recuperação em julho mas caem no semestre

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Acumulado do ano, no entanto, segue refletindo obstáculos para a estabilização do comércio exterior em 2023

Da Redação (*)

Brasília – As exportações brasileiras de móveis e colchões tiveram um desempenho positivo no mês de julho de 2023, com um total de US$ 62,0 milhões em vendas para o mercado internacional. Um dos melhores resultados do ano na variação mês a mês. Entretanto, no acumulado dos sete primeiros meses do ano, o setor acumula uma queda de 16,2% nas vendas externas, comparativamente com o mesmo período de 2022.

O valor relativo ao mês de julho representa um aumento de 5,1% no montante exportado em comparação com o desempenho de junho, quando as exportações alcançaram US$ 59,0 milhões. Dessa forma, o setor iniciou em julho uma recuperação parcial do volume perdido no mês anterior e trazendo perspectivas mais positivas para a segunda metade do ano.

Os dados fazem parte de levantamento do IEMI, com base nos dados oficiais da balança comercial brasileira, para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, iniciativa idealizada pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), com o objetivo de impulsionar a participação da indústria brasileira de móveis no mercado internacional.

“Embora o mês de julho tenha apresentado um desempenho positivo num caminho de recuperação, esta jornada traz ainda muitos obstáculos. A queda no acumulado do ano, bem como dos últimos 12 meses, que chega a -18,7%, refletem as adversidades que enfrentamos no mercado interno e externo. A elevada inflação global, com especial atenção a mercados-alvo da indústria brasileira de móveis, assim como incertezas geopolíticas e as mudanças nas demandas dos consumidores em todo o mundo, sobretudo em relação à sustentabilidade econômica e ambiental, são fatores que continuam a nos impor desafios frequentes”, analisa o presidente da Aimóvel, Irineu Munhoz.

Ele prossegue: “No entanto, estamos determinados a superar esses obstáculos, buscando novas oportunidades de mercado, investindo em inovação, qualidade, design e na gestão da sustentabilidade, na normalização dos produtos nacionais em sinergia com as principais normas e demandas globais, bem como no fortalecimento de nossas parcerias comerciais. A indústria de móveis brasileira tem um grande potencial. Com design original, boas práticas e com altos critérios de segurança e qualidade, estamos confiantes de que podemos garantir um futuro próspero para o setor”.

Indústria brasileira de móveis: diferenciais e participação global

De fato, o Brasil tem uma identidade muito particular no design, na indústria e na preocupação ambiental, questão inspirada por nossa formação cultural e pela multiplicidade de recursos materiais, bem como na produção típica de várias regiões do País, herança da criatividade, bem como da diversidade do nosso povo e biomas, que tornam o mobiliário brasileiro cada vez mais atrativo e apreciado no cenário global.

Esses fatores têm contribuído para o posicionamento dos exportadores brasileiros em mercados importantes. Atualmente, os Estados Unidos lideram como o principal destino das exportações brasileiras de móveis e colchões, com uma participação significativa de 32,5% no mês de julho. Em seguida vemos o Uruguai, com 10,0%, e o Chile, com 6,8% do total exportado. Além disso, mercados como o britânico, o francês e demais países da América Latina também têm contribuído para as exportações do setor neste ano.

Cientes das possibilidades de expansão nestas regiões, a Abimóvel e a ApexBrasil atuam com uma agenda robusta de ações dentro e fora do país com foco na atração de compradores internacionais e na ampliação do posicionamento global das empresas e dos produtos brasileiros. No próximo mês, aliás, Projeto Brazilian Furniture promove a Missão Comercial High Point Market, levando 21 indústrias de móveis brasileiras para a feira, que ocorre de 14 a 18 de outubro nos Estados Unidos.

Dados projetados pelo IEMI com exclusividade para o Brazilian Furniture, demonstram que as exportações brasileiras de móveis para os EUA ainda contam com um potencial adicional de crescimento de mais de 18% nos próximos três a cinco anos. Além disso, a participação brasileira na High Point Market é mais uma oportunidade para as indústrias nacionais estreitarem suas relações ou mesmo terem acesso a novos parceiros comerciais, não só da América do Norte como de outras regiões, com a feira tradicionalmente atraindo milhares de visitantes oriundos de mais de 100 países.

Ao todo, as 21 empresas participantes da Missão Comercial High Point Market 2023 terão a chance de fortalecer o networking e negociar diretamente com compradores internacionais qualificados a partir de rodadas de negócios presenciais articuladas de forma estratégica pela equipe do Brazilian Furniture.

Além disso, 10 delas também estarão expondo suas marcas e produtos durante a feira, em estandes exclusivos do projeto para destacar os diferenciais técnicos e visuais do móvel brasileiro.

(*) Com informações da Abimóvel

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