São Paulo – Quinta maior economia mundial, a Índia foi tema de debate da reunião do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp, realizada no último dia 3, e que contou com a presença do embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega. Designado para chefiar a representação brasileira no país asiático e no Butão, ele assume o posto no final deste mês.
Na abertura do encontro, o presidente do Coscex, Jackson Schneider, elogiou o preparo e a visão do embaixador, que também é economista, e enfatizou que a “Índia é a nova China” para o Brasil.
Nóbrega discorreu sobre a inserção do país asiático no cenário internacional e seus reflexos para o Brasil, as relações entre os dois países e como ele pretende tratar as iniciativas no âmbito comercial. A Índia, ao lado do Brasil, integra os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), bloco econômico formado por países emergentes.
Com mais de 1,4 bilhão de habitantes, metade com menos de 30 anos, a Índia registra crescimento acelerado há mais de uma década, situação que deve se sustentar até 2030. O Produto Interno Bruto (PIB) indiano supera US$ 3 trilhões (2022) e o crescimento esperado para este ano está próximo dos 6%.
Para Nóbrega, a Índia navega nesse cenário com grande pragmatismo. Tem a preocupação de ocupar seu lugar como uma grande economia em busca de segurança e autossuficiência em vários setores, como tecnológica, militar e alimentar, e também de construir parcerias internacionais diversificadas.
O forte crescimento indiano é uma oportunidade para quem pretende atuar no país, pois há grandes obras de infraestrutura em curso. Segundo o embaixador, é preciso apoiar as empresas brasileiras que queiram entrar neste mercado, de modo que os eventuais ‘nós’ sejam detectados e as regras do jogo compreendidas para se firmar parcerias. Na Índia, existe uma variedade de normas regulatórias, inclusive sanitárias, e é preciso entendê-las, esclareceu.
Oportunidades de negócios e sinergia de posicionamento
A vantagem de priorizar essa relação bilateral é que ela é próxima e antiga e há uma sinergia de posicionamento frente aos grandes desafios globais. O fato de o Brasil de se tornar cada vez mais um supridor confiável em termos de segurança energética e alimentar é um diferencial positivo brasileiro.
Para tornar realidade essa parceria comercial e de investimentos, a estratégia é ampliar as atividades de promoção comercial, com reuniões de cúpula periódicas, encontros empresariais Brasil-Índia, intensificar as ações nas câmaras de comércio binacionais, promover webinários e roadshows.
Nóbrega apontou oportunidades para os segmentos industriais brasileiros, como produtos de defesa e aviação civil, agronegócio, químicos, peças para equipamentos de transporte, construção e setor automobilístico, além de biocombustíveis, especificamente com o etanol.
No encerramento, Jackson Schneider frisou que o embaixador traçou um cenário promissor para o mercado de um dos países que mais cresce no mundo e colocou a Fiesp à disposição para ações futuras.
(*) Com informações da Fiesp