São Paulo – As exportações brasileiras de bens de capital somaram US$ 7,8 bilhões no ano passado, uma queda de 2,9% em relação a 2015. “A apreciação do real ocorrida em 2016 voltou a prejudicar a competitividade da indústria de transformação brasileira”, informou nesta quinta-feira (26) a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
A entidade lembrou que a desvalorização do real frente ao dólar em 2014 e 2015 havia beneficiado as vendas externas do setor, mas este ciclo foi interrompido com a valorização da moeda brasileira no ano passado.
Caíram principalmente os embarques de máquinas para petróleo e energia renovável, máquinas para agricultura, infraestrutura e indústria de base, e componentes para a indústria de bens de capital. Aumentaram, no entanto, as exportações de máquinas para bens de consumo, máquinas para a indústria de transformação e máquinas para logística e construção civil.
Os principais destinos dos produtos do setor foram países latino-americanos, Europa, Estados Unidos e China. Em 2016, entre estes mercados, as exportações brasileiras só cresceram para o país asiático.
As importações brasileiras também caíram em 2016. “Por conta da fraca demanda interna, as importações registraram queda de 18% e encerraram o ano em US$ 15,4 bilhões”, informou a Abimaq. Só houve avanço nas compras do segmento de infraestrutura e indústria de base, em função da siderurgia.
Os Estados Unidos foram os principais fornecedores do Brasil no ano passado, seguidos da China, Alemanha, Coreia do Sul, Itália e Japão.
Faturamento
A receita líquida total do setor caiu 24,3% em 2016, em comparação com 2015, para R$ 66,3 bilhões, a marca mais baixa desde 2003, segundo a Abimaq. Foi o quarto ano consecutivo de queda no faturamento desta indústria.
O consumo aparente (vendas internas mais importações) de R$ 100,84 bilhões ficou 24,9% abaixo do registrado em 2015. “A queda recorde [do consumo aparente] deixa evidente que a melhora da confiança [na economia brasileira] não foi suficiente para impulsionar investimentos e reflete a capacidade ociosa elevada e o alto nível de endividamento das empresas, cenário agravado pelos juros altos”, informou a associação.
(*) Com informações da ANBA