Um oceano de oportunidades une o Brasil à África, mostra estudo da ApexBrasil

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Da Redação (*)

Brasília – O “Perfil Região África” elaborado pela Agência de Promoção das Exportações e Investimentos (ApexBrasil) identificou 5.917 oportunidades para as exportações brasileiras em 50 países africanos. A relação abrange uma grande variedade de produtos entre alimentos e bebidas, petróleo, minério de ferro ou aço, veículos e autopeças. Apenas a América do Sul oferece ao empresariado brasileiro um leque maior de negócios que a África, continente no qual a ApexBrasil tem 14 projetos setoriais em sete países.

Com um PIB nominal de US$ 2,96 trilhões (Nigéria, US$ 514,7 bilhões; Egito US$ 409,3 bilhões; e África do Sul US$ 404,9 bilhões) e uma população de 1,43 bilhão de habitantes (a mais jovem entre todos os continentes), a África é um importante mercado para as exportações brasileiras.

Mas o fluxo de comércio do Brasil com o bloco africano caiu consideravelmente após atingir os números mais expressivos em 2013, quando o Brasil exportou US$ 11,1 bilhões e importou US$ 17,4 bilhões em produtos africanos. A partir dali a corrente de comércio bilateral sofreu sucessivas quedas e apenas se recuperou em 2022, quando as vendas brasileiras totalizaram US$ 12,7 bilhões e as exportações dos países africanos somaram US$ 8,5 bilhões.

Intercâmbio em queda em 2023

Este ano, de janeiro a julho, o Brasil exportou US$ 7,238 bilhões para os países africanos (queda de -2,3% em relação ao mesmo período de 2022) e importou US$ 4,575 bilhões do continente (ligeira retração de -0,1%), com uma corrente de comércio (exportação+importação) no montante de US$ 11,813 bilhões) e um superávit de US$ 2,663 bilhões em favor do Brasil.

Os principais produtos exportados pelo Brasil nos sete primeiros meses de 2023 foram açúcar e melaços (US$ 2,3 bilhões); soja (US$ 593 milhões); carnes de aves (US$ 560 milhões); milho (US$ 509 milhões); óleos combustíveis (US$ 469 milhões). Do lado das importações, os destaques foram petróleo (US$ 2,4 bilhões; adubos ou fertilizantes químicos (US$ 1,14 bilhão); óleos combustíveis (US$ 469 milhões); demais produtos da indústria de transformação (US$ 92 milhões); e prata e platina (US$ 88 milhões).

Argélia, o principal parceiro comercial do Brasil na África

Em 2023, a Argélia desponta como o principal parceiro comercial do Brasil na África, tanto nas exportações quanto nas importações. Os dez principais mercados africanos para as vendas externas brasileiras no período foram: Argélia (US$ 1,42 bilhão); Egito (US$ 1,16 bilhão); África do Sul (US$ 1,038 bilhão); Marrocos (US$ 658 milhões); Nigéria (US$ 563 milhões); Angola (US$ 263 milhões); Tunísia (US$ 263 milhões); Libéria (US$ 223 milhões); Gana (US$ 180 milhões): e Líbia (US$ 165 milhões).

Do lado das importações brasileiras, os principais fornecedores africanos foram Argélia (US$ 1,24 bilhão); Marrocos (US$ 776 milhões); Angola (US$ 608 milhões); África do Sul (US$ 381 milhões); Gabão (US$ 352 milhões); Egito (US$ 275 milhões); Congo (US$ 222 milhões); Costa do Marfim (US$ 129 milhões); Gana (US$ 98 milhões); e Togo (US$ 46 milhões).

Segundo o estudo da ApexBrasil, a pauta exportadora brasileira para a África consiste, principalmente, em commodities, com destaque para os grupos de produtos do completo de alimentos e bebidas (açúcar, milho, carnes de aves, soja, carne bovina e trigo), além de minérios de ferro e óleos combustíveis. Em 2022, as vendas brasileiras de trigo para a África tiveram um expressivo aumento de 2.602%, comparativamente com 2021, atingindo a cifra de US$ 330 milhões.

No tocante às importações brasileiras originárias da África, predominar os grupos de produtos do setor petroquímico, liderados por adubos e fertilizantes químicos e petróleo. Esses bens correspondem a mais de 75% do valor total importado pelo Brasil do continente africano.

Oportunidades comerciais

Em seu estudo, a ApexBrasil identificou oportunidades de negócios praticamente inesgotáveis para as empresas brasileiras na África. Ao todo são 5.917 negócios em potencial. O grande destaque está nas vendas de produtos alimentícios e animais vivos (gado bovino, principalmente), envolvendo 1.004 produtos e um mercado com importações no total de US$ 22,1 bilhões, do qual o Brasil participa com uma fatia de 26,3%).

O setor de máquinas e equipamentos de transporte também apresenta grandes oportunidades de negócios envolvendo 1.384 produtos, com destaque para veículos, autopeças e equipamentos de construção, um mercado de importações totais de US$ 22 bilhões, do qual o Brasil detém um percentual de apenas 3,5%.

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados são outro segmento no qual os países africanos são grandes importadores, com compras externas no total de US$ 15,4 bilhões envolvendo óleos brutos, combustíveis e produtos residuais de petróleo). Desse total importado, o Brasil responde por 2,3%.

A África é também uma grande importadora de artigos manufaturados, classificados principalmente pelo material (entre outros, produtos laminados de ferro ou aço, pneus e tubos de ferro ou aço. Nesse segmento, as importações somam US$ 14,3 bilhões e a participação brasileira no abastecimento dos países africanos se limita a 3%.

O continente africano realiza ainda grandes importações de itens classificados como “Outros”, com destaque para a soja, minérios de ferro e gorduras e óleos vegetais. No total, são 1.842 oportunidades envolvendo esses produtos e importações totais de US$ 33 bilhões, dos quais o Brasil participa com o fornecimento de 6,5%.

(*) Com informações da ApexBrasil

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