Da Redação (*)
Brasília – A inauguração da Zona de Processamento de Exportações (ZPE) de Uberaba, a primeira a entrar em funcionamento em Minas Gerais, deverá contribuir, em médio e longo prazos, para o fortalecimento do comércio exterior do município e, especialmente, para a redução do saldo negativo que o município acumula nos últimos anos em suas operações de exportação e importação.
De janeiro a outubro deste ano, as exportações realizadas pelas empresas instaladas em Uberaba somaram US$ 423 milhões e apesar de terem registado uma alta de 63,3% comparativamente com o mesmo período de 2023, foram muito inferiores aos valores gastos com as importações, que, mesmo com uma retração de 22,8%, totalizaram US$ 1,219 bilhão. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Com esses números, a corrente de comércio (exportações+importações) do município totalizou US$ 1,642 bilhão (queda de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado) e o fluxo comercial com o exterior gerou um déficit de US$ 796 milhões.
Em relação aos dados integrais de 2023, os números do comércio exterior de Uberaba nos dez primeiros meses do ano mostram uma importante correção de percurso. O déficit da balança comercial, por exemplo, passou de US$ 1,219 bilhão (dados integrais de 2023) para US$ 796 milhões, o que permite projetar um saldo negativo inferior a US$ 1 bilhão neste ano.
Por outro lado, as exportações seguem uma consistente trajetória de alta e até o mês de outubro cresceram expressivos 63,3%. A corrente de comércio teve uma redução de 10,6% devido principalmente à queda substancial nas importações.
China, principal parceiro comercial de Uberaba
A exemplo do Brasil, que desde 2009 tem a China como seu principal parceiro comercial, Uberlândia também tem nos chineses o principal destino e origem de suas exportações e importações. De janeiro a outubro, os embarques para a China totalizaram US$ 180 milhões, com uma alta de expressivos 154% (equivalentes a US$ 109 milhões), correspondentes a 42,5% de todo o volume exportado por Uberaba.
O Top 5 dos principais destinos dos produtos uberabenses é integrado pela Indonésia (US$ 28 milhões, alta de 120% comparativamente com igual período de 2023 e participação de 6,55%); Índia, país para o qual Uberaba exportou bens no valor de US$ 18 milhões (queda de 12,4% e participação de de 4,35%); Arábia Saudita (US$ 16 milhões, aumento de 91,2% e participação de 3,88%); e Argélia, com vendas externas uberabenses de US$ 13 milhões graças a um alta de 63,4% e participação de 3,15% no total exportado,
A soja, mesmo triturada, lidera a pauta exportadora uberabense e nos dez primeiros meses deste ano as vendas cresceram 354,7% (+US$152 milhões), equivalentes a 46% de todo o volume exportado. Além da oleaginosa, as exportações tiveram como destaques açúcares de cana ou beterraba, no total de US$ 144 milhões, com uma fatia de 34% das exportações. Outro item importante, as preparações capilares, geraram uma receita de US$ 17 milhões (4,0% do volume total embarcado). A ele se somaram inseticidas, rodenticidas, fungicidas etc., no total de US$ 10 milhões (participação de 2,4%); e painéis de fibra de madeira, com uma receita de US$ 9 milhões, equivalentes a 2,1% do total exportado.
Líder disparada como principal destino das exportações uberabenses, a China aparece com ainda maior destaque como maior fornecedor de produtos para o município mineiro. Nos dez primeiros meses deste ano, as exportações chinesas somaram US$ 506 milhões, apesar da queda de 5,5% no período, com uma fatia de 41,5% nas importações de Uberaba. Outros parceiros do município foram os Estados Unidos (US$ 111 milhões e participação de 9,13%); Índia (US$ 90 milhões); Rússia (US$ 60 milhões) e Noruega (US$ 45 milhões).
A China abastece Uberaba com uma pauta integrada exclusivamente por produtos manufaturados, de maior valor agregado (da mesma forma que acontece em relação ao Brasil). Os cinco itens mais importantes dessa pauta são adubos (US$ 129 milhões); compostos heterocíclicos (US$ 125 milhões); adubos azotados (US$ 115 milhões); adubos potássicos (US$ 89 milhões); e inseticidas, rodenticidas, fungicidas, etc (US$ 83 milhões).