Tradings exportaram US$ 24,9 bilhões em 2012 e responderam por 10,3% do comércio exterior do País

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Da Redação  (*)

Brasília – As trading companies (TCs) brasileiras foram responsáveis, em 2012, por exportações no total de US$ 24,968 bilhões, registrando um crescimento de 107,8% se comparadas com as vendas externas de US$ 12,018 bilhões computadas em 2006. Ao longo dos últimos seis anos, as exportações brasileiras via trading companies  registraram taxas positivas de crescimento, à exceção de 2009 e 2012.

Segundo estudo feito pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no mesmo intervalo, as exportações brasileiras globais aumentaram 76,0%, implicando ganho de participação das TCs no total das vendas, de 8,7% para 10,3%, e revelando sua importância como instrumento de negociações de produtos brasileiros no exterior.

No tocante às importações realizadas entre os anos de 2006 e 2012, as compras

externas das TCs foram igualmente crescentes, exceções também feitas aos anos

de 2009 e 2012. Nota-se, contudo, que o patamar das compras via TCs está situado

significativamente abaixo do nível das suas exportações.

Na comparação 2012/2006, as importações das TCs cresceram 147,2%,

saltando de US$ 1.999 milhões para US$ 4.942 milhões, embora sua participação,

2,2% do total importado pelo Brasil, permaneça a mesma nos dois extremos do período

comparativo.

Historicamente, a balança comercial das trading companies apresenta

superávits expressivos, assinalando cifra de US$ 20,026 bilhões em 2012.

Em decorrência do ritmo ascendente das transações com o exterior, a corrente

de comércio das TCs ampliou-se de US$ 14.017 milhões em 2006 para US$ 29.910

milhões em 2012, equivalendo a uma expansão de 113,4% entre os extremos do

período.

EXPORTAÇÕES

Produtos

No ano de 2012, as exportações das TCs apresentaram em sua pauta a

predominância de produtos básicos, os quais responderam por 85,0% do valor

exportado por essa categoria de empresas. No conjunto dos industrializados, os bens

manufaturados representaram 10,3% da pauta e os semimanufaturados, 4,7%.

A pauta de produtos básicos registrou como principais itens: minério de ferro

(US$ 14.192,7 milhões, participação de 56,8% do total exportado), soja em grão (US$

2.826,2 milhões, 11,3%), carne de frango (US$ 1.520,0 milhões, 6,1%), milho em grão

(US$ 1.167,2 milhões, 4,7%), farelo de soja (US$ 632,7 milhões, 2,5%), carne suína

(US$ 202,4 milhões, 0,8%), carne bovina (US$ 119,7 milhões, 0,5%), carne de peru

(US$ 113,8 milhões, 0,5%), carne salgada (US$ 102,8 milhões, 0,4%), algodão em

bruto (US$ 99,2 milhões, 0,4%) e café em grão (US$ 96,2 milhões, 0,4%).

Entre os produtos industrializados, assinalam-se as vendas de: açúcar em bruto

(US$ 726,9 milhões, 2,9%), suco de laranja (US$ 713,2 milhões, 2,9%), açúcar refinado

(US$ 243,5 milhões, 1,0%), ouro semimanufaturado (US$ 222,9 milhões, 0,9%),

preparações e conservas de carne de peru (US$ 212,5 milhões, 0,9%), café solúvel

(US$ 207,0 milhões, 0,8%), compostos orgânicos/inorgânicos de metais preciosos (US$

103,6 milhões, 0,4%), preparações e conservas de carne de frango (US$ 99,7 milhões,

0,4%), tubos de ferro fundido, ferro/aço (US$ 90,8 milhões, 0,4%), calçados (US$ 69,3

milhões, 0,3%), etanol (US$ 66,2 milhões, 0,3%), óleo de soja em bruto (US$ 61,3

milhões, 0,3%) e óleos essenciais e seus subprodutos (US$ 61,3 milhões, 0,3%).

Dos principais produtos exportados pelas TCs, os aumentos mais expressivos

ocorreram nas vendas de produtos laminados planos de ferro/aço (+1.870,7%, para

US$ 60,4 milhões), ouro semimanufaturado (+375,4%, para US$ 222,9 milhões), milho

em grão (+114,1%, para US$ 1.167,2 milhões), óleos essenciais e seus subprodutos

(+74,8%, para US$ 61,3 milhões), carne de peru (+30,1%, para US$ 118,8 milhões),

suco de laranja congelado (+26,7%, para US$ 497,7 milhões), café solúvel (+19,9%,

para US$ 207,0 milhões), preparações e conservas de carne de peru (+19,1%, para US$

212,5 milhões), carne suína (+15,9%, para US$ 202,4 milhões), farelo de soja (+13,7%,

para US$ 632,7 milhões), soja em grão (+11,6%, para US$ 2.826,2 milhões) e algodão

em bruto (+8,5%, para US$ 99,2 milhões).

Desse rol de produtos, a participação das TCs no total exportado pelo País foi

especialmente expressiva nas vendas de suco de laranja congelado (51,2%), minério de

ferro (45,8%), café solúvel (29,6%), carne de frango (22,6%), milho em grão (22,1%),

carne salgada (19,7%), suco de laranja não congelado (16,5%), soja em grão (16,2%),

carne suína (15,0%), farelo de soja (9,6%), ouro semimanufaturado (9,5%), açúcar

refinado (8,7%), açúcar em bruto (7,2%), algodão em bruto (4,7%), etanol (3,0%) e

trigo em grão (2,9%).

MERCADOS DE DESTINO

As exportações das TCs registraram a China como principal destino no ano de

2012, para a qual as vendas somaram US$ 8.493,3 milhões, representando 34,0% do

total exportado. Na sequência, apareceram: Japão (US$ 2.125,2 milhões, participação

de 8,5%), Coreia do Sul (US$ 1.412,4 milhões, 5,7%), Países Baixos (US$ 1.328,1

milhões, 5,3%), Itália (US$ 899,3 milhões, 3,6%), Alemanha (US$ 843,1 milhões,

3,4%), Bélgica (US$ 758,5 milhões, 3,0%), França (US$ 573,0 milhões, 2,3%), Arábia

Saudita (US$ 512,7 milhões, 2,1%), Omã (US$ 465,6 milhões, 1,9%), Reino Unido

(US$ 454,7 milhões, 1,8%), Venezuela (US$ 449,6 milhões, 1,8%), Taiwan (Formosa)

(US$ 444,5 milhões, 1,8%), Filipinas (US$ 442,5 milhões, 1,8%), Argentina (US$

440,3 milhões, 1,8%), Egito (US$ 403,8 milhões, 1,6%), Espanha (US$ 383,5 milhões,

1,5%), Irã (US$ 307,5 milhões, 1,2%), Estados Unidos (US$ 301,2 milhões, 1,2%),

Rússia (US$ 260,0 milhões, 1,0%) e Hong Kong (US$ 254,3 milhões, 1,0%), dentre

outros.

UNIDADES DA FEDERAÇÃO

O estado do Pará liderou as exportações por intermédio das TCs no acumulado

janeiro-dezembro de 2012, totalizando US$ 8.810,3 milhões, o que representou 35,3%

do total exportado. Em seguida, destacam-se: Espírito Santo (vendas de US$ 3.125,6

milhões, participação de 12,5%), Minas Gerais (US$ 2.999,7 milhões, 12,0%), Mato

Grosso (US$ 2.301,9 milhões, 9,2%), Paraná (US$ 2.074,2 milhões, 8,3%), São Paulo

(US$ 1.927,1 milhões, 7,7%), Goiás (US$ 1.204,7 milhões, 4,8%), Santa Catarina (US$

844,5 milhões, 3,4%), Alagoas (US$ 603,1 milhões, 2,4%) e Rio Grande do Sul (US$ 481,7 milhões, 1,9%).

PORTOS DE EMBARQUE

O escoamento das exportações das TCs deu-se preponderantemente pelos

portos de São Luís e Vitória, os quais responderam, respectivamente, por 35,3% e

24,7% do valor exportado de janeiro a dezembro de 2012, representando, em conjunto,

o montante de US$ 14.984,4 milhões, nos quais o principal produto foi minério de

ferro. O terceiro principal porto de embarque das exportações das TCs foi o de Santos

(US$ 4.107,3 milhões, participação de 16,5%), seguido pelos portos de Paranaguá (US$

1.964,2 milhões, 7,9%), Itajaí (US$ 966,0 milhões, 3,9%), São Francisco do Sul (US$

931,0 milhões, 3,7%), Maceió (US$ 608,0 milhões, 2,4%), São Paulo/Aeroporto (US$

353,0 milhões, 1,4%), Rio de Janeiro (US$ 282,3 milhões, 1,1%) e Rio Grande (US$

246,4 milhões, 1,0%). Os demais portos, aeroportos e pontos de fronteira representaram

2,1% das exportações via TCs no período.

IMPORTAÇÕES

PRODUTOS

As importações brasileiras efetuadas pelas TCs, diferentemente do registrado

com as exportações, caracterizam-se por uma pauta composta em sua maioria por

bens industrializados, notadamente produtos manufaturados. Do total das compras

realizadas no ano de 2012, os bens industrializados representaram 95,7% (90,6% de

manufaturados e 5,1% de semimanufaturados).

Relativamente aos produtos importados nos doze meses de 2012, destacam-

se: automóveis de passageiros (US$ 1.655,2 milhões, participação de 33,5% do total

importado), máquinas automáticas para processamento de dados (US$ 282,8 milhões,

5,7%), máquinas e aparelhos de terraplanagem (US$ 266,7 milhões, 5,4%), aparelhos

transmissores/receptores de telefonia celular (US$ 151,8 milhões, 3,1%), pneumáticos

(US$ 135,3 milhões, 2,7%), veículos de carga (US$ 116,8 milhões, 2,4%), borracha

natural (US$ 104,3 milhões, 2,1%), caminhões-guindastes (US$ 97,1 milhões, 2,0%),

veículos e materiais para vias férreas (US$ 94,1 milhões, 1,9%), outros aparelhos

transmissores/receptores (US$ 81,9 milhões, 1,7%), produtos de perfumaria, toucador,

cosméticos (US$ 74,9 milhões, 1,5%), óleo de “palmiste” refinado (US$ 68,0 milhões,

1,4%), aviões (US$ 67,7 milhões, 1,4%), catodos de cobre (US$ 65,9 milhões, 1,3%),

hulhas, mesmo em pó, não aglomeradas (US$ 65,1 milhões, 1,3%), helicópteros (US$

63,9 milhões, 1,3%), máquinas e aparelhos de elevação de carga/descarga (US$ 63,6

milhões, 1,3%), compostos heterocíclicos (US$ 50,6 milhões, 1,0%) e elementos de vias

férreas de ferro fundido (US$ 48,0 milhões, 1,0%).

Dos principais produtos importados pelas TCs no período, os aumentos mais

expressivos ocorreram nas compras de fio-máquinas e barras de ferro/aço (+160,6%,

para US$ 44,6 milhões), máquinas e aparelhos de elevação de carga/descarga (+141,4%,

para US$ 63,6 milhões), máquinas e aparelhos autopropulsores (+105,4%, para US$

33,6 milhões), caminhões-guindastes (+97,0%, para US$ 97,1 milhões), máquinas

e aparelhos de impressão/tipografia (+51,0%, para US$ 31,2 milhões), máquinas e

aparelhos de terraplanagem (+48,3%, para US$ 266,7 milhões), pneumáticos (+44,9%,

para US$ 135,3 milhões), hulhas, mesmo em pó, não aglomeradas (+38,1%, para US$

65,1 milhões), outras matérias corantes, preparações e produtos luminóforos (+14,9%,

para US$ 31,1 milhões), máquinas automáticas para processamento de dados (+13,5%,

para US$ 282,8 milhões) e produtos de perfumaria, toucador, cosméticos (+11,0%, US$

74,9 milhões).

MERCADOS DE ORIGEM

A Argentina figurou como principal mercado fornecedor das TCs brasileiras

no ano de 2012, somando US$ 1.041,7 milhões, valor equivalente a 21,1% das compras

totais. Na segunda posição está a China (US$ 969,0 milhões, participação de 19,6%),

seguida por Estados Unidos (US$ 628,5 milhões, 12,7%), México (US$ 331,5 milhões,

6,7%), Reino Unido (US$ 233,8 milhões, 4,7%), Alemanha (US$ 186,4 milhões, 3,8%),

Indonésia (US$ 176,3 milhões, 3,6%), Japão (US$ 109,6 milhões, 2,2%), Coreia do Sul

(US$ 105,1 milhões, 2,1%), Bélgica (US$ 102,2 milhões, 2,1%), Canadá (US$ 102,1

milhões, 2,1%), França (US$ 81,4 milhões, 1,7%), Itália (US$ 77,2 milhões, 1,6%),

Áustria (US$ 69,6 milhões, 1,4%), África do Sul (US$ 60,1 milhões, 1,2%), Chile (US$

56,6 milhões, 1,2%), Portugal (US$ 53,7 milhões, 1,1%), Espanha (US$ 51,8 milhões,

1,1%) e Turquia (US$ 46,8 milhões, 1,0%), dentre outros.

UNIDADES DA FEDERAÇÃO

No âmbito das unidades da Federação, as importações das TCs foram lideradas

pelo Espírito Santo, cujas aquisições atingiram US$ 1.693,0 milhões no ano de 2012,

respondendo por 34,3% do total das compras. Logo a seguir destacam-se os estados:

Rio Grande do Sul (US$ 1.141,2 milhões, participação de 23,1%) e São Paulo (US$

533,8 milhões, 10,8%). Dentre as demais unidades da Federação, cabe citar ainda: Santa

Catarina (US$ 459,1 milhões, 9,3%), Paraná (US$ 276,0 milhões, 5,6%), Pará (US$

255,4 milhões, 5,2%), Minas Gerais (US$ 209,4 milhões, 4,2%), Maranhão (US$ 183,2

milhões, 3,7%) e Pernambuco (US$ 133,5 milhões, 2,7%).

PORTOS DE DESEMBARQUE

Como resultado da concentração das importações no que tange às unidades da

Federação, observa-se um natural adensamento das compras das TCs principalmente

nos portos de Vitória (US$ 1.295,2 milhões, representando 26,2%) e no porto de Rio

Grande (US$ 861,7 milhões, 17,4%). O terceiro principal responsável pelas importações

das TCs foi o aeroporto de Campinas (US$ 492,1 milhões, 10,0%), acompanhado pelo

porto de Itajaí (US$ 352,5 milhões, participação de 7,1%), Uruguaiana (US$ 269,2

milhões, 5,5%), porto de Paranaguá (US$ 235,7 milhões, 4,8%), porto de Suape/

Recife (US$ 197,7 milhões, 4,0%), aeroporto de Vitória (US$ 185,1 milhões, 3,7%),

porto de Barcarena (US$ 181,0 milhões, 3,7%), porto de São Luis (US$ 177,7 milhões,

3,6%), porto do Rio de Janeiro (US$ 133,6 milhões, 2,7%), porto de Santos (US$ 105,3

milhões, 2,1%), porto de Sepetiba – Rio de Janeiro (US$ 103,9 milhões, 2,1%), porto

de Imbituba (US$ 65,3 milhões, 1,3%), Foz do Iguaçu (US$ 55,3 milhões, 1,1%) e Boa

Vista (US$ 54,6 milhões, 1,1%). Os demais portos, aeroportos e pontos de fronteira

representaram 3,6% das importações via TCs no período.

(*) Fonte: Secex/Depla/MDIC

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