São Paulo – A relação entre a política econômica brasileira e a sustentabilidade do agronegócio soja é o tema da palestra do gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral, no 51º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (Sober) que acontece hoje (24), na Universidade Federal do Pará (campus Guamá). O Congresso debate as “Novas Fronteiras da Agropecuária no Brasil e na Amazônia – Desafios da Sustentabilidade”.

A apresentação da Abiove mostrará que uma política econômica centrada no custeio da máquina pública, em vez de uma política econômica que privilegia investimentos traz como consequência uma logística ineficiente, de má qualidade, o que gera gasto maior com combustíveis fósseis. “E isso não é sustentável”, afirma Amaral, exemplificando com a situação precária das rodovias brasileiras por onde precisa ser escoada a safra de grãos. Se houvesse mais investimentos em infraestrutura e logística, haveria um ganho com a redução do consumo de diesel.

A política econômica brasileira também não trata de forma isonômica a cadeia produtiva da soja. “Existe uma série de distorções tributárias que prejudica as margens da indústria e desincentiva os investimentos e a geração de empregos”, acrescenta o gerente de economia da Abiove.

A atual política econômica ainda não incorpora os benefícios socioambientais do biodiesel, biocombustível que gera milhares de empregos na agricultura familiar e reduz em mais de 70% as emissões de gases de efeito estufa. Com isso, a sociedade perde por não ter uma matriz de combustíveis com uma mistura obrigatória maior que 5% do biodiesel no diesel fóssil, completa Amaral.

Em termos ambientais, Amaral destaca que o produtor rural não recebe pagamento pelas externalidades positivas e práticas sustentáveis da agricultura brasileira, entre elas a reserva legal, as áreas de preservação permanente (APPs) e a rotação de culturas.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Abiove