São Paulo – Os países árabes compraram um volume de frutas 34% maior do Brasil em 2019 no comparativo com 2018, somando 15.851 toneladas de maçãs, limões, melões, melancias, mangas, uvas, pêssegos, nozes e castanhas, laranjas, goiabas, entre outros produtos. Em receita, o crescimento foi de 32% sobre o ano anterior, com US$ 18,84 milhões. Do total, os árabes representam 1,61% do volume e 2,19% da receita da exportação de frutas brasileiras.
Os países do Golfo se destacam entre os principais destinos. Os Emirados Árabes aparecem em primeiro lugar com US$ 10,84 milhões e 8.558 toneladas, alta de 29% em receita e 37% em volume. Em segunda posição vem a Arábia Saudita, que comprou US$ 2,43 milhões em frutas brasileiras no ano passado, com volume de 3.544 toneladas, alta de 59% em receita e 82% em volume. O Líbano aparece em terceiro com US$ 2,06 milhões e 312 mil toneladas, crescimentos de 214% em receita e 148% em volume. Em seguida vêm Omã, Catar e Kuwait, nessa ordem.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, em 2020 o mercado árabe tende a manter o crescimento que teve em 2019, na casa dos 30%. “Temos tudo para repetir um movimento parecido com o do ano passado, dá para repetir esse percentual porque o volume que vai pra os árabes não é tão grande assim, tem um grande potencial de crescimento”, disse.
Barcelos afirmou que o mercado árabe é muito atrativo, em especial para a fruticultura brasileira, por ter características que vão de encontro com o setor e que não se encontra em nenhum outro lugar. “Em primeiro, a logística, a distância não é tão grande assim comparado com a Ásia, por exemplo, então em torno de 24, 25 dias, a carga chega lá de navio, o que é um bom tempo de trânsito, e temos linhas de serviço que atendem em um bom tempo de viagem. Depois, temos o hábito de consumo de frutas bem elevado nesses países, e o clima, de muito calor o ano todo, favorece esse consumo de frutas tropicais. Outro ponto é que não há nenhum tipo de barreira fitossanitária, são países fáceis de acessar em termos de burocracia, não têm tantas exigências; e a renda per capita da população é alta, o que também ajuda”, disse o presidente.
A Europa é o principal consumidor de frutas brasileiras no exterior, cerca de 85% do total embarcado vai para a região, segundo Barcelos. Estados Unidos e Canadá também são grandes compradores. E a China, de acordo com o executivo, está começando agora. “A primeira abertura que tivemos na China foi para o melão, nós tínhamos reuniões com clientes agora em uma feira em Berlim (Alemanha), que foram canceladas por conta do coronavírus. Mas temos expectativa de começar a comercializar para eles este ano, a expectativa é positiva”, disse.
Geral
As exportações de frutas brasileiras em 2019 cresceram 16% em volume e 8,5% em receita. Foram exportadas mais de 980 mil toneladas, somando US$ 858 milhões, com destaque para frutas como manga, que cresceu 30%, melão, 27%, uva, 19% e limão, 10%. Melancia, abacate e banana também tiveram aumento considerável no volume exportado. Em nota, a Abrafrutas afirmou que a perspectiva para este ano é manter este crescimento, alcançando assim o primeiro bilhão de dólares.
(*) Com informações da ANBA