São Paulo – As exportações do Brasil para o mundo árabe caíram 6,08% em receita de janeiro a novembro deste ano sobre o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O faturamento do País com as vendas para a região ficou em US$ 12,7 bilhões nos onze primeiros meses deste ano contra US$ 13,5 bilhões nos mesmos meses de 2012.
De acordo com o diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, um dos fatores para a queda é o fato de que as vendas de alimentos estão atualmente muito rentáveis no mercado brasileiro, já que a inflação vem crescendo, o que faz as indústrias da área se voltarem mais para ele. Tanto que as exportações brasileiras como um todo vêm recuando no acumulado do ano. De janeiro a novembro elas caíram 1,1% para US$ 221,3 bilhões.
Alaby ressalta, no entanto, que houve crescimento nas exportações brasileiras para o Levante, região do mundo árabe onde estão Líbano, Iraque, Jordânia, Síria e Palestina. Segundo ele, esse aumento se deve, principalmente, ao abastecimento de alimentos para campos de refugiados. Muitas pessoas que fugiram do conflito da Síria estão abrigados em países como Líbano e Jordânia e, assim, os órgãos de assistência enviam mais mantimentos para estes locais. As vendas brasileiras para o Levante cresceram 7,27% no período para US$ 891 milhões.
Já as importações de produtos brasileiros pelo Golfo, onde estão Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Iêmen, Kuwait, Catar e Bahrein, caíram 3,48%. O Golfo é a região do mundo árabe que mais compra mercadorias do Brasil. A receita vinda dessas compras ficou em US$ 7,1 bilhões de janeiro a novembro. A queda maior ocorreu nas exportações do Brasil para os países árabes da África e foi de 11,8% para US$ 4,6 bilhões. Desse grupo fazem parte Egito, Argélia, Marrocos, Líbia, Tunísia, Mauritânia, Sudão, Somália, Djibuti e Ilhas Comores.
A queda no preço de alguns produtos embarcados pelo Brasil ao mundo árabe pesou no recuo das exportações, mas também houve diminuição nos volumes enviados. Caíram, por exemplo, as cotações do açúcar vendido para os árabes.Com isso, houve aumento nas quantidades exportadas, mas recuo na receita obtida.
Mas houve aumento no valor das carnes comercializadas. A classe de produtos que mais teve vendas para o mercado árabe foi a de animais e produtos, o que envolve carnes e animais vivos. A segunda foi alimentos industrializados, nas quais se encaixam o açúcar e o fumo, a terceira foi produtos minerais, onde está o minério, e a quarta de vegetais e produtos, na qual se enquadram os cereais.
Novembro
No mês de novembro, individualmente, houve queda de 5,15% na receita das exportações brasileiras para os países árabes, que somaram US$ 1,2 bilhão. Mas houve crescimento no volume embarcado, de 10,2%. No período, os produtos que mais geraram faturamento para o Brasil no comércio com os árabes foram os alimentos industrializados.
Importação
A importação brasileira de produtos do mundo árabe aumentou 1,2% de janeiro a novembro e ficou em US$ 10,5 bilhões contra US$ 10,4 bilhões em iguais meses de 2012. Deste total, US$ 8,3 bilhões foram combustíveis minerais e US$ 1,6 bilhão correspondeu a adubos e fertilizantes. A Arábia Saudita foi o maior fornecedor do Brasil entre os árabes, a Argélia foi o segundo e o Marrocos foi o terceiro. Enquanto os dois primeiros vendem principalmente petróleo ao País, o Marrocos é produtor mundial e exportador de fertilizantes como o fosfato.
Fonte: ANBA