Dubai – Maior processadora de carnes do mundo, a brasileira JBS quer aumentar sua presença no Oriente Médio. Nesta quarta-feira (26), o presidente global da companhia, Wesley Batista, afirmou, durante a feira Gulfood, em Dubai, que a empresa está aumentando a participação das receitas do setor de aves em seus negócios e, nesse segmento, o Oriente Médio é um mercado prioritário. A região é o maior mercado do frango brasileiro no exterior.
Ele disse que a meta da JBS é aumentar sua presença na região nos próximos anos. No terceiro trimestre de 2013, o faturamento da empresa chegou a R$ 24,2 bilhões. As exportações somaram US$ 3 bilhões (o equivalente a R$ 6,8 bilhões) e as vendas ao Oriente Médio e África foram de US$ 265 milhões, ou R$ 622 milhões.
“Sem dúvida temos um foco tremendo aqui, devido à expansão da empresa nas aves. O Oriente Médio é um mercado prioritário para nós. Queremos expandir nossa presença na região, construir marca e vender mais produtos. Não pretendemos ter uma operação local, mas sim expandir nossas vendas e investir nas nossas marcas”, afirmou Batista.
O empresário reconheceu que a também brasileira BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, tem uma atuação forte e consolidada no Oriente Médio, mas não acha que a presença da concorrente possa atrapalhar seus planos. “A Sadia está aqui há muitos anos e é muito forte no Oriente Médio. [A BRF] é a principal empresa brasileira no Oriente Médio, mas nós podemos crescer e a BRF não é o nosso maior desafio na região. Existe espaço para crescer”, destacou.
Uma das marcas da companhia é a Seara, que tem produtos expostos no estande da JBS na Gulfood, comprada em outubro do no ano passado do frigorífico Marfrig. Outros produtos do portfólio também apresentados aos árabes são os das marcas Swift, Friboi, Maturatta, Cabana Las Lillas, Pilgrim’s, Gold Kist Farms, Frangosul, LeBon, Pena Branca, Rezende e Fiesta.
Segundo Batista, as exportações de frango para o Oriente Médio e o Norte da África estão crescendo e deverão continuar assim nos próximos meses. No entanto as vendas de carne bovina caíram porque o maior mercado do Golfo, a Arábia Saudita, embargou a importação do produto brasileiro.
No fim de 2012, o governo brasileiro anunciou que um animal do rebanho paranaense morto em 2010 tinha o agente causador da encefalopatia espongiforme bovina (EEB), o “mal da vaca louca”, mas não desenvolveu a doença e morreu de outras causas.
Diversos países, entre eles a Arábia Saudita, suspenderam as importações de carne brasileira. A maior parte destes mercados já voltou a comprar o produto, mas os sauditas ainda não. O governo brasileiro e os sauditas negociam a retomada das vendas de carne.
O executivo acredita que este é o momento de aumentar as vendas de carne de frango, mesmo sem ter um alvo específico sobre participação de mercado ou presença de marca. Ele afirmou que deseja que sua empresa tenha uma presença forte nos maiores mercados do Oriente Médio, principalmente Arábia Saudita e Egito.
Batista também afirmou que a Gulfood é uma feira “muito boa”, devido à exposição que dá aos produtos não apenas no Golfo. “Esta feira é muito boa e tem uma grande relevância, pois Dubai está no ‘meio do mundo’, o que acaba trazendo clientes de países emergentes da Ásia, como China e Índia, além dos europeus.”
Fonte: ANBA