Presidente da Faesc revela que Acordo EUA-União Europeia preocupa o agronegócio catarinense

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Florianópolis – O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, retornou preocupado da missão à Europa, organizada pela presidente da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, encerrada nesta semana: os Estados Unidos e a União Europeia preparam um grande acordo de cooperação e livre-comércio que pode retirar do Brasil um de seus principais mercados.

A Europa absorve 20% das exportações brasileiras – grande parte ancorada em produtos do agronegócio, como carnes e grãos – e eventual perda desse mercado representará bilhões de reais em prejuízo. Os principais contatos da missão à Europa foram mantidos em Genebra (Suíça) e Bruxelas (Bélgica).

Na raiz desse problema está o mal-amarrado acordo do Mercosul, em razão do protecionismo incentivado por alguns países desse bloco sul-americano. Pedrozo e Kátia voltaram convencidos que o Mercosul é um entrave nas negociações de liberalização do comércio com a União Europeia. Por isso, utilizarão todos os instrumentos legais e democráticos para mudar o acordo no Mercosul.

O presidente da Faesc teme que eventual aprovação de um acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia represente o surgimento de novos desafios internacionais para o Brasil. Pedrozo lembra que o objetivo declarado de americanos e europeus é chegar o mais perto possível de uma área “transatlântica” de livre comércio e usar essa integração para impulsionar a geração de empregos e crescimento econômico.

O dirigente aponta que o resultado pode ser a maior zona de livre comércio do planeta – um gigante reunindo metade do PIB e um terço de todas as trocas comerciais globais. Ainda é cedo para entender até que ponto o acordo poderia fazer produtores de outros países perderem mercados americanos e europeus para concorrentes locais.

No caso do Brasil, há muita convergência nas pautas de exportação brasileiras para os EUA e para a Europa – o que limitaria o impacto do acordo. É possível que setores específicos possam sofrer com a concorrência de rivais do Norte nesses mercados, dependendo dos termos e perfil do acordo.

José Zeferino Pedrozo acrescenta que, além das tarifas, EUA e Europa também pretendem reduzir as barreiras não-tarifárias ao comércio (regulamentações que encarecem os negócios) e facilitar investimentos bilaterais.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Faesc

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