Da Redação
Brasília – Após ocupar em 2022 a décima-sétima posição entre os principais destinos das exportações brasileiras, o Irã reduziu drasticamente as importações de produtos brasileiros e até o mês de novembro o país persa caiu para a trigésima-segunda posição entre os grandes mercados para as vendas externas do Brasil. Apenas dois produtos, soja e milho não moído, responderam por 81% dos embarques brasileiros para o Irã.
Esses dados constam do Perfil País, estudo de inteligência comercial elaborado pela ApexBrasil, que aponta a necessidade de diversificação das exportações brasileiras, incluindo produtos de maior valor agregado. Nesse contexto, o estudo identificou 123 oportunidades para produtos brasileiros no país, nos segmentos de produtos alimentícios e animais vivos, a produtos químicos e relacionados.
O estudo considera o setor de produtos alimentícios e animais vivos como o mais promissor para o aumento das vendas brasileiras para o mercado iraniano. As importações iranianas nesse segmento totalizaram US$ 2,7 bilhões em 2022 e a participação brasileira alcançou o percentual de 46%. Ao todo, foram identificados 19 produtos, com destaque para o milho, resíduos sólidos da extração do óleo de soja e açúcares de cana, que constituem os três principais produtos embarcados pelo Brasil para o Irã.
O setor de materiais em bruto, não comestíveis, exceto combustíveis, no qual as importações iranianas somaram US$ 1,1 bilhão no ano passado, e do qual o Brasil já participa com 51% das compras do Irã, também pode contribuir com a expansão das exportações envolvendo 18 produtos, com destaque para soja, algodão e pasta química de madeira.
Entre os produtos manufaturados, de maior valor agregado, o Irã oferece oportunidades para a venda de máquinas e equipamentos de transportes, itens dos quais as importações do Irã totalizaram US$ 375 milhões e sem nenhuma participação brasileira, e produtos químicos e relacionados, itens que o Brasil também não exporta para aquele país.
Em máquinas e equipamentos de transportes foram identificadas oportunidades para a venda de 24 produtos, como compressores para equipamentos frigoríficos, partes para motores diesel ou semidiesel e motores elétricos de corrente alternada.
No tocante aos produtos químicos e relacionados, as importações iranianas, que não contaram com a participação brasileira, somaram US$ 368 milhões e foram identificados 28 produtos com possibilidades de negócios para as empresas brasileiras no Irã, envolvendo subprodutos de óleos essenciais, politereftalato de etileno e substâncias para fins terapêuticos ou profiláticos.