Em meio a negociações de acordo comercial Mercosul-Coreia do Sul, Brasil volta a ter superávit comercial com o país
Brasília – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) publicou semana passada o Perfil de Comércio e Investimentos Coréia do Sul. Os estudos da Inteligência de Mercado da Agência continuam seu giro pela Ásia, principal destino das exportações do Brasil.
Depois dos perfis sobre Índia, Bangladesh, China, Vietnã, Japão e Asean, a atual publicação foca nos dados macroeconômicos da Coreia do Sul, análises sobre as tendências de comércio e investimentos do país com o Brasil e questões de acesso de mercado. Veja os principais destaque.
Comércio Brasil-Coreia do Sul
Em 2023, a Coreia do Sul foi o 12o destino das exportações brasileiras. Nesse ano, as vendas brasileiras para o mercado sul-coreano somaram US$ 5,6 bilhões. Bens de menor valor agregado, como petróleo bruto, milho, soja e minério de ferro foram predominantes nas exportações brasileiras, o que contrasta com as importações, que são majoritariamente compostas por produtos de maior valor agregado. Apesar dessa dinâmica comercial, a tendência de déficits comerciais para o Brasil foi revertida desde 2021, em grande parte, devido ao aumento expressivo das exportações brasileiras de petróleo bruto. Se, em 2018, o produto sequer constava na pauta exportadora, em 2023 foi o principal produto exportado pelo Brasil para a Coreia do Sul.
Oportunidades
Para fomentar as exportações para a Coreia do Sul, a ApexBrasil mapeou 283 oportunidades para produtos brasileiros no mercado sul-coreano. Confira:
- Combustíveis minerais (destaque: Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos)
- Matérias em bruto (Destaques: Borracha e Estacas)
- Produtos alimentícios (Destaques: Mel, Concentrados de proteínas e substâncias proteicas texturizadas, Goiabas, mangas etc.)
- Produtos Químicos (Destaques: Outros silícios, Outras amidas acíclicas e seus derivados; sais destes produtos etc.)
Acesso a mercado
O Brasil, por meio do Mercosul, negocia um acordo de livre comércio com a Coreia do Sul. De um lado, percebem-se resistências em avanços sobre Barreiras Técnicas e Medidas Sanitárias e Fitossanitárias, sensível para a Coreia e prioridade para o Brasil, o mesmo ocorrendo para o setor industrial, com a inversão dos polos de resistências.
Ainda sobre acesso a mercado, é destaque o trabalho do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) na abertura do mercado coreano, em 2024, para camarões, farinhas e gorduras de aves, e gordura e proteínas processadas de suínos destinadas à alimentação animal.
Investimentos
Na parte de investimentos, o estoque de IED da Coreia do Sul no Brasil atingiu US$ 11,5 bilhões em 2022, um crescimento médio anual de 11,6%. Os investimentos sul-coreanos no país constituíram o 21º maior estoque global de IED no Brasil no ano, 4º maior estoque entre países da Ásia, depois de China, Japão e Singapura.
Entre os principais anúncios de IED entre 2014 e 2024, destacam-se os investimentos de US$ 306 milhões da Samsung, maior empresa da Coreia do Sul no Brasil, e sua subsidiária Harman. Outras grandes empresas sul-coreanas realizaram anúncios no período, como a Hyundai Motor e a LG Electronics.
Quer saber mais sobre o comércio e investimentos entre Brasil e Coreia do Sul? Baixe o estudo completo.
(*) Com informações da ApexBrasil