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São Paulo – Entre janeiro e agosto deste ano, o Brasil já exportou mais de US$ 77 bilhões em produtos básicos; isso representa 50,4% do total de exportações em 2014. Essa é a maior participação desde 1977. Este recorde é registrado, em grande medida, por causa da queda da exportação de manufaturados para a Argentina. Isso torna o país muito dependente das commodities, que estão com preços internacionais em queda.
A soja, que entre janeiro e agosto foi o produto mais comercializado pelo Brasil, foi vendida no mercado internacional a um preço médio de US$ 510,19; enquanto que para o mesmo período de 2013, essa era vendida em média a US$ 532,35 – queda de 4,2%. Já o preço médio do minério de ferro no mercado internacional, segundo produto mais vendido, teve uma queda relativa ainda maior: de US$ 98,68 em 2013 para US$ 83,86 em 2014, o equivalente a 15% – e se comparado com o seu preço em 2011, essa desvalorização chega a quase 35%.
O farelo de soja é a única commodity que apresenta variação significativamente positiva em seu preço médio, entre 2013 e 2014 aumentou em 7,6% e se comparado a seu preço médio em 2011, há um aumento de 31,6%. Isso porque a oferta mundial ainda é baixa comparada à crescente demanda – principalmente de EUA e China para alimentação de seus rebanhos. Esse é o quarto produto mais comercializado pelo Brasil, porém há ainda uma grande dependência das outras commodities: o total exportado de farelo de soja não chega nem a 1/3 do minério de ferro ou a 1/4 da soja.
Os preços mundiais dos alimentos atingiram em agosto o menor nível em quatro anos e a tendência é que caiam ainda mais. O Departamento de Agricultura dos EUA projeta para este ano safras recordes de soja e milho para seu país, além de uma produção histórica de soja no Brasil. Com base nisso, estima-se que se forme o maior estoque global de grãos dos últimos 15 anos, derrubando ainda mais o preço desses alimentos para o próximo ano.
Fonte: Amcham