Novo Hamburgo (RS) – Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, no quadrimestre, foram embarcados 48,74 milhões de pares ao exterior, que geraram US$ 440,2 milhões, queda de 9,3% em volume e alta de 1,3% em receita na comparação com o mesmo período do ano passado. Isoladamente, no mês de abril, foram exportados 10,3 milhões de pares por US$ 111,76 milhões, quedas tanto em volume (-20,7%) quanto em receita (-2%) em relação ao mês correspondente de 2022. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que a queda das importações norte-americanas, no geral, vem impactando a indústria calçadista nacional, que tem os Estados Unidos como principal destino dos seus embarques. “Existe um desaquecimento da economia americana. No primeiro trimestre, as importações estadunidenses de calçados, em geral, caíram 26%. O varejo local vendeu menos do que o previsto e está reajustando seus estoques”, comenta o dirigente, ressaltando que a Argentina ultrapassou os Estados Unidos como principal destino em 2023. Além deste problema, Ferreira lista a inflação internacional e o desaquecimento de algumas das principais economias da Europa como empecilhos para o melhor desempenho dos embarques de calçados. América Latina Destinos Ultrapassado pela Argentina, o segundo destino do primeiro quadrimestre do ano foi os Estados Unidos. No período, foram embarcados para lá 3,84 milhões de pares, que geraram US$ 75 milhões, quedas tanto em volume (-55%) quanto em receita (-37%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado. No terceiro posto entre os principais destinos aparece a França, para onde foram exportados 1,44 milhão de pares por US$ 21,45 milhões, quedas tanto em volume (-60,8%) quanto em receita (-16%) em relação ao mesmo período de 2023. RS respondeu por 44% do valor gerado O maior exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul, que no quadrimestre exportou 13,26 milhões de pares por US$ 194,63 milhões, 44% do total gerado pelos embarques brasileiros no período. Os números, no entanto, são menores tanto em volume (-10,3%) quanto em receita (-1,8%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O segundo destino do quadrimestre foi o Ceará. No quadrimestre, partiram das fábricas cearenses 15,4 milhões de pares, que geraram US$ 104,84 milhões, queda de 10,4% em volume e alta de 3,2% em receita na relação com o mesmo período de 2023. Na sequência entre os estados exportadores de calçados apareceram São Paulo, com embarque de 2,94 milhões de pares e receita de US$ 41,68 milhões, queda de 9,7% em volume e alta de 1,2% em dólares na relação com o primeiro quadrimestre do ano passado. Importações em alta As importações de calçados seguem em alta no Brasil. No quadrimestre, entraram no País 12,5 milhões de pares por US$ 145,56 milhões, incrementos tanto em pares (+3,4%) quanto em receita (+20%) em relação ao mesmo período do ano passado. As principais origens das importações seguem sendo os países asiáticos: Vietnã, com 3,16 milhões de pares e US$ 71,76 milhões, altas de 19,4% e 31%, respectivamente, ante mesmo período de 2022; Indonésia, com 1,16 milhão de pares e US$ 23,64 milhões, altas de 12,2% e 10,2%; e China, com 6,9 milhões de pares e US$ 20,12 milhões, quedas de 0,3% e 8,3%. Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, solas, saltos etc – as importações do quadrimestre somaram US$ 8,83 milhões, 8,8% mais do que no mesmo intervalo de 2022. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai. |
(*) Com informações da Abicalçados