Brasília – Em Bruxelas, durante reunião com representantes dos países membros da União Europeia, o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) defendeu o livre comércio e o reconhecimento dos avanços da legislação e das práticas ambientais dos agricultores brasileiros.
“Sou agricultor. Sinto na pele, na minha fazenda, na minha atividade o quanto tive que mudar a gestão para estar enquadrado na legislação brasileira, que segue princípios mundiais”, disse Blairo. O ministro deixou claro que os esforços de preservação no Brasil beneficiam o planeta como um todo, em função do manancial de água doce e de sua vegetação nativa, e que, por isso, devem ser reconhecidos.
“Somos o segundo maior produtor de soja do mundo, produzimos café, laranja, cana-de-açúcar e várias culturas em 8% do território. Na década de 1970, tínhamos produção média de 1,4 tonelada por hectare. Chegamos, em 2015, a 4,5 toneladas por hectare. Isso representa economia de 150 milhões de hectares”, destacou.
“Na pecuária também tivemos uma inversão muito grande. Ocupávamos na década de 1990, 210 milhões de hectares, com plantel de 150 milhões de cabeças de bovinos. Hoje, estamos com 165 milhões de hectares e passamos dos 200 milhões de bovinos”. Segundo o ministro, os dados demonstram ganho de produtividade e o uso de técnicas mais modernas. “E já é prática, no Brasil, a integração de agricultura, pecuária e florestas.”
Comércio
Sobre barreiras comerciais, Blairo Maggi disse ser totalmente contrário, em sua visão política de governo, mas também por sua experiência no setor privado. Observou que o fato de a balança comercial entre o país e o bloco europeu pender para o lado brasileiro, não significa prejuízo para a comunidade europeia, que importa commodities brasileiras, vendidas, depois de beneficiadas, a preço elevado exponencialmente.
O ministro do Mapa comparou o mercado brasileiro ao europeu, ressaltando que, apesar de populoso com seus 200 milhões de habitantes, o país tem renda per capita muito menor, para justificar a dificuldade de consumo. “Mas tenho dito ao time da agricultura que, independentemente se as empresas vão vender ou não, temos que criar as condições para que o comércio funcione. Eu não posso impedir negócios simplesmente para proteger algum nicho.”
“Há interesse mútuo em resolver a pauta de demandas bilaterais”, disse o ministro ao final de uma agenda de cinco reuniões na capital da Bélgica. Maggi esteve com representantes das indústrias europeias de ração e óleos vegetais, com empresários, funcionários de governos e da Comissão Europeia com interesses no Brasil e ainda com embaixadores de outros países, na quinta-feira (26).
Teve ainda encontro promovido pela Unica (União da indústria da Cana-de-Açúcar) com representantes de indústrias europeias do setor da bioeconomia e bioinsumos e visitou a agência belga de segurança alimentar (AFSCA) para conhecer seu modelo de controle da cadeia alimentar, principalmente de produtos de origem animal.
Nas reuniões, Blairo Maggi, divulgou o vídeo institucional do Mapa Agronegócio do Brasil, Empreende Preserva e Transforma. Assista a versão em português e em inglês .
(*) Com informações do Mapa