Brasil, no entanto, importa menos produtos dos países do Norte da África e Oriente Médio em comparação com período entre janeiro e julho de 2022. Entre as principais quedas estão petróleo, gás de petróleo e fertilizantes.
São Paulo – As exportações brasileiras para os países árabes cresceram 7,9% entre janeiro e julho deste ano em comparação ao mesmo período de 2022 e acumularam US$ 10,6 bilhões. O destaque destas exportações no ano é o açúcar, que soma US$ 2,1 bilhões em vendas, seguido por carne, minério de ferro, soja e carne de frango.
Entre os países, os principais compradores árabes em 2023 são Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Egito e Iraque. No sentido contrário, as importações registram queda de 29,8%, para US$ 6,1 bilhões. O superávit da balança comercial é de US$ 4,5 bilhões para o Brasil, ou 298,3% maior do que nos sete primeiros meses de 2022.
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Eles mostram, ainda, que neste ano o bloco formado pelas nações árabes é o quarto principal importador do Brasil, atrás de China, Estados Unidos e Argentina, e o quinto maior fornecedor, depois de China, Estados Unidos, Alemanha e Argentina.
As quedas nas importações foram influenciadas pelas compras de combustíveis minerais (petróleo e gás de petróleo) e fertilizantes, dois dos principais grupos de produtos que o Brasil compra dos seus parceiros árabes. A queda na demanda desses produtos ocorreu também com outros países fornecedores.
Para o gerente de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Marcus Vinícius, um dos motivos que podem explicar a redução no valor das exportações é uma queda no preço das commodities. Café, petróleo e soja, entre outros produtos, tiveram redução nas cotações no primeiro semestre. Em relação às exportações, a expectativa é positiva: “Se as exportações seguirem a tendência dos anos anteriores, vão continuar a crescer no segundo semestre”, afirma.
Entre os países árabes, os principais fornecedores para o Brasil entre janeiro e julho foram Arábia Saudita, Argélia, Marrocos, Emirados e Catar. Em valores, as vendas da Argélia para o Brasil somam US$ 1,2 bilhão. No mesmo período do ano passado, haviam somado US$ 429 milhões. Em volume, as compras a partir da Argélia subiram de 831 mil toneladas para 2,2 milhões de toneladas. Também cresceram as vendas do Egito para o Brasil, em decorrência do maior embarque de parafina ao País.
Desempenho em julho
Em julho, as exportações somaram US$ 1,68 bilhão, com alta de 9,7% sobre julho do ano passado, e as importações, US$ 905,6 milhões, uma queda de 34,6% na mesma comparação. Entre os árabes, o principal comprador no período foi a Argélia, com importações que somaram US$ 280,3 milhões, seguida pela Arábia Saudita, Emirados e Egito. Os principais produtos exportados aos árabes no mês foram açúcar, soja e minério de ferro. Entre as importações, o principal fornecedor foi a Arábia Saudita, com um total de US$ 390 milhões, seguido por Argélia, Emirados e Catar.
(*) Com informações da ANBA