Da Redação (*)
Brasília – O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, vê com otimismo os resultados do encontro oficial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último domingo (26) em Kuala Lumpur.
Viana, que integrou a comitiva do presidente Lula na Missão ao Sudeste Asiático, destacou a grande importância do encontro: “Eu estava ao lado do presidente Lula, e ele me disse: ‘O encontro com o presidente Trump foi muito bom’. Então, acho que isso é um momento histórico que estamos vivendo no mundo, quando o presidente do Brasil, da maneira correta, como um grande líder, também se reúne com o presidente dos Estados Unidos. Isso nos traz tranquilidade, porque é assim que acontece quando dois líderes se encontram”, disse durante a Cúpula Empresarial Brasil-Malásia, evento realizado pela ApexBrasil e Ministério das Relações Exteriores (MRE) que fez parte da programação da Missão.
O presidente da ApexBrasil também ressaltou que o diálogo direto entre os dois chefes de Estado representa um passo importante para restabelecer a previsibilidade e a confiança nas relações bilaterais, que são historicamente positivas. “Brasil e Estados Unidos são parceiros tradicionais. Em 2024, eles foram o segundo principal destino das exportações brasileiras, com US$ 40,4 bilhões exportados, o que representou 12% da pauta exportadora. No campo dos investimentos, os norte-americanos figuram há mais de uma década entre os principais investidores estrangeiros no país. Os números reforçam a posição do governo brasileiro de que não há motivos econômicos que justifiquem essa medida adotada pelo governo Trump”, reforça Viana.
Forte impacto das tarifas nas exportações para os EUA
Segundo a mais recente publicação da newsletter Impulso das Exportações da ApexBrasil, as barreiras tarifárias americanas tiveram impacto principalmente nos resultados do terceiro trimestre, quando os embarques brasileiros recuaram de US$ 3,8 bilhões, em julho, para US$ 2,6 bilhões em setembro, queda de 28%. No acumulado do ano, as vendas externas para os Estados Unidos, apresentaram queda de 0,6%, totalizando US$ 29,2 bi. O desempenho contrasta também com o mesmo trimestre de 2024, quando os valores permaneceram estáveis acima de US$ 3,2 bilhões, evidenciando o impacto imediato das novas barreiras comerciais sobre a pauta exportadora brasileira.
Desde o anúncio do tarifaço, a ApexBrasil vem atuando tanto em inteligência de mercado – identificando novas oportunidades – quanto na realização de ações de promoção comercial por meio de projetos e programas que conectam empresas brasileiras a compradores internacionais dos mais diversos países. Recentemente, a Agência publicou o estudo “Diversificação de Mercados por Estados Brasileiros”, que analisou o impacto dessas tarifas nos principais setores afetados e apresentou potenciais destinos alternativos aos Estados Unidos.
O estudo apontou que, das regiões, o Sudeste aparece na primeira colocação entre as mais dependentes dos Estados Unidos. Cerca de 17% do valor dos produtos exportados pela região teve os EUA como destino, em 2024. O Nordeste ficou em segundo lugar, com 11%, seguido das regiões Sul (9%), Norte (4%) e Centro-Oeste (3%). Analisando por estado, o Ceará foi o mais dependente das exportações para os EUA em 2024: dos US$ 1,5 bilhão exportados pelo estado naquele ano, US$ 659,1 milhões (45%) tiveram o país como destino.
(*) Com informações da ApexBrasil






