Jorge Viana, presidente da ApexBrasil. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Jorge Viana defende aumento dos investimentos chineses em infraestrutura e energia renovável no Brasil 

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O presidente da ApexBrasil ressaltou os resultados extraordinários da parceria de 50 anos entre os dois países durante evento organizado pelo portal Brasil 247

Da Redação (*)

Brasília – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) participou nesta quinta-feira (1/8) do seminário “Brasil e China, 50 anos de amizade: finanças verdes, descarbonização e investimentos”, promovido pelo portal Brasil 247. Durante sua apresentação, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, defendeu a ampliação de investimentos chineses nas áreas de infraestrutura e energia renovável no Brasil, ressaltando a importância da ferrovia bioceânica para os negócios entre os dois países. Além disso, reforçou que a relação diplomática entre Brasil e China serve de exemplo para outros países.

“Nos últimos 20 anos, saímos de um fluxo de comércio entre os dois países de US$ 6 bilhões e, hoje, estamos falando de US$ 150 bilhões. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e nosso país também é um importante parceiro comercial da China. Atualmente, fornece quase 5% de tudo o que o país asiático importa por ano”, destacou.

Atração de investimentos em setores estratégicos

Segundo Jorge Viana, considerando os resultados extraordinários desses últimos anos, o desafio é seguir construindo uma relação que cresça a partir das demandas atuais do mundo, que envolvem energia renovável e infraestrutura que favoreça o crescimento sustentável das economias. “O Cinturão e Rota é muito importante, e ter mais investimentos da China aqui no Brasil, especialmente, na área de infraestrutura, vai impactar positivamente toda a cadeia de exportação brasileira e tornar sua logística mais eficiente, como é o caso da ferrovia bioceânica, que unirá o Atlântico ao Pacífico”.

A Rota Bioceânica, que começa em Mato Grosso do Sul, por Porto Murtinho, em direção ao Paraguai, por Carmelo Peralta, será um caminho mais curto ao Oceano Pacífico para acesso aos mercados asiáticos. “O Brasil é um grande fornecedor de proteínas da China e o maior fornecedor de soja. Investimentos em infraestrutura ferroviária e portuária vai facilitar também que esses produtos cheguem mais facilmente com menor custo na China”, lembrou.

O presidente da Agência destacou que o Brasil precisa ampliar os investimentos diretos da China no país. “A China não pode ser o mais importante parceiro comercial do Brasil e, quando se fala de investimentos diretos no país, ocupar a quinta ou a sexta posição. Nós queremos que a China seja um dos mais importantes investidores aqui. Mas, penso que a relação do presidente Xi Jinping com o presidente Lula cria um ambiente para termos um plano estratégico de cooperação para frente”, afirmou, lembrando ainda que a ApexBrasil lançou, em junho deste ano, o Mapa Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil-China, que aponta mais de 400 oportunidades de investimentos.

Sobre a transição energética, Jorge Viana lembrou que “a China é um grande consumidor de petróleo brasileiro, mas, assim como o Brasil, está interessada também em descarbonizar a sua economia e isso pode ser feito em conjunto”. Os interesses também passam pela área da Nova Industrialização. “O Brasil pretende reforçar a sua presença no mundo com uma indústria de transformação instalada no país e a China pode ser parceira nesse aspecto também”, adicionou.

O presidente da ApexBrasil fez questão de reforçar a importância do Mapa Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil-China. “Nesse mapa que produzimos são apontados quase US$ 900 bilhões de oportunidades de investimentos. A China tem um saldo comercial no mundo de quase US$ 1 trilhão, o Brasil, graças à China, tem um saldo comercial de perto de US$ 100 bilhões, e são países que estão crescendo juntos. Estão juntos nos BRICS, estão juntos também no G20 e estão juntos no propósito de construir uma economia mais sustentável e descarbonizada. Para isso, acho que uma relação estratégica bilateral precisa ser construída para os próximos anos”, concluiu Jorge Viana.

Investimentos da China no Brasil

A China se posiciona como o oitavo maior investidor no Brasil, o primeiro asiático e, em alguns setores, Pequim desponta como principal investidos no país. Dados da BACEN relevam que, em 2023, o setor de energia foi de longe o mais relevante em termos de valor, tendo acumulado em estoque mais de US$ 14 bilhões dos US$ 37 bilhões investidos por empresas chinesas no Brasil, o equivalente a 40% do total. A indústria extrativa veio em seguida, com participação similar, de 39%.

O Brasil tem lugar de destaque entre os destinos chineses para investimentos em infraestrutura, ocupando o primeiro lugar entre os países do continente americano, com 35 projetos, e a quarta posição geral. Desses 35 projetos, 17 têm lugar no Nordeste, com destaque para os investimentos em energia eólica no Rio Grande do Norte, nos trechos da Ferrovia Oeste–Leste (FIOL) que percorrem a Bahia, e na produção siderúrgica no Maranhão.

O Mapa Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil-China foi lançado pela ApexBrasil, em junho deste ano, durante o Seminário Econômico Brasil-China, em Pequim, e está disponível no portal da Agência.

(*) Com informações da ApexBrasil

 

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