Importadores árabes e muçulmanos prospectam oportunidades de negócios no Brasil

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Convidados pelo Projeto Halal do Brasil, importadores de diversos países fizeram visitas a fábricas e empresas brasileiras e tiveram uma rodada de negócios na sede da Câmara Árabe.

São Paulo – Um Grupo De Compradores De Sete Empresas De Países Árabes E Muçulmanos Teve Agendas De Prospecção De Negócios No Brasil Ao Longo Desta Semana, Com Visitas A Fábricas, Como A De Sucos Da Natural One, A De Açaí Da QPrime Açaí, E A Empresas De Proteína Animal Como A BRF E A JBS.

Os compradores também participaram de uma rodada de negócios na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, onde tiveram a oportunidade de conhecer algumas empresas brasileiras da indústria alimentícia.

Uma das participantes, a trading Four N Group, foi fundada no Egito em 1998 pelo CEO Mostafa Abbas e hoje tem representação também nos Emirados Árabes Unidos, onde a filha de Abbas, Nihal Mostafa, é CEO em Dubai. A companhia compra principalmente matéria-prima para a indústria alimentícia, de aço, minérios e detergentes.

“Temos interesse em comprar açúcar, café, frango, minérios, aço, principalmente para o mercado egípcio”, disse Nihal, visando a expansão da empresa e a diversificação de seus fornecedores, que hoje são principalmente a China, Índia, Rússia e Polônia, entre outros países. “Queremos mais quantidade de produtos e de diferentes origens”, declarou Nihal. Tanto Mostafa quanto Nihal estavam na rodada de negócios e nas visitas.

Já o importador e exportador Morshy Group, do Sudão, foi estabelecido em 2014 e quer comprar commodities, principalmente açúcar e gergelim, mas também soja e café do Brasil. A gerente geral Mezab Mohammed disse que a empresa tem escritórios além do Sudão, nos Emirados, Egito, entre outros.

“O açúcar brasileiro é de alta qualidade. Queremos fazer uma parceria estratégica com o Brasil para comprar o açúcar daqui”, disse Mezab, que estava na rodada de negócios com o fundador do grupo Morshy, Mohamed Mustafa.

Mezab afirmou que a demanda por gergelim é alta. Eles já compram de países como Moçambique e Chade, e a produção do Sudão, segundo ela, não é suficiente.

“Estamos buscando uma boa oportunidade no Brasil e iremos participar da feira Apas Show, em maio do ano que vem, e da Gulfood 2024, vendendo nossos produtos”, disse Mezab. O Morshy Group compra e vende principalmente produtos agrícolas como sementes oleaginosas, legumes, ervas e goma arábica.

Outras empresas participantes foram Pok Brothers, da Malásia, representada pela COO Natalie Yew; Drops General Trading Company, representada por Khaled El Atat; AM Group Misr, com Ashraf Marzouk Aziz Khalil; Frigomar Co., com Ragy Emam Mostafa Kamel; e Juba Sky LTD, com Banaga Bereir Elzen Abdelgadir.

Os empresários estão no País pelo Projeto Halal do Brasil, que é levado adiante pela Câmara Árabe e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) com o intuito de promover a exportação brasileira de alimentos halal de valor agregado. Eles participaram do Global Halal Brazil Business Forum no começo desta semana na capital paulista. O projeto também trouxe jornalistas ao País para promover a imagem do setor.

visita à sede da JBS em São Paulo ocorreu na tarde desta quinta-feira (26). O grupo de compradores e jornalistas foi recebido por Marcelo Siegmann, diretor de exportações da Seara Alimentos.

Ele contou que o mercado do Oriente Médio e Norte da África (MENA, na sigla em inglês) conta com duas plantas de produção da Seara, uma nos Emirados Árabes e outra em Dammam, na Arábia Saudita, e uma terceira está em construção em Jeddah, também na Arábia Saudita. Também há centros de distribuição no Catar, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, e que esses locais empregam 1100 funcionários da região.

Todos os produtos de frango da Seara vendidos na região do MENA são 100% halal. Mas não é só para essa região que a Seara vende produtos halal. “Halal não é só sobre o Oriente Médio. Somos o maior exportador para a Europa, e a maioria dos pedidos é de frango halal. Também vendemos halal para a China e o Japão”, disse Siegmann.

Segundo o diretor, o Brasil exporta 30% do total de sua produção de carne de frango, enquanto a Seara exporta 70% do total produzido.

Após a fala de Siegmann, houve uma apresentação e visita às instalações do Instituto J&F de Educação, na sede da empresa. O instituto oferece educação básica e profissional gratuita, tem faculdade de administração, tecnologia e veterinária e conta hoje com 1078 estudantes.

(*) Com informações da ANBA

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