Fórum Brasil-Chile reunirá 250 empresários para debater fortalecimento de parcerias econômicas e comerciais

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Da Redação (*)

Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Sociedad de Fomento Fabril (SOFOFA) promovem o Fórum Empresarial Brasil-Chile, em Brasília, nesta terça-feira (22). A iniciativa conta com o apoio dos governos do Brasil e do Chile e acontece no contexto da visita oficial do presidente chileno, Gabriel Boric. São esperados 250 participantes, entre empresários, representantes de entidades setoriais e autoridades dos dois países. O Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América do Sul. Bens industriais representam boa parte da pauta comercial.

O objetivo do evento é fortalecer os laços comerciais, impulsionar investimentos e promover a inovação, discutindo ambiente de negócios e prioridades do setor privado. A programação do fórum inclui painéis de discussão sobre integração de cadeias produtivas e cooperação em áreas estratégicas como energia, turismo e finanças sustentáveis.

“O fórum bilateral reforça o compromisso dos dois países com uma integração econômica moderna, sustentável e voltada para o futuro. Nossa relação com o Chile fortalece a presença da indústria nacional na América do Sul e abre portas para a integração em cadeias globais de valor”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Amanhã (23), brasileiros e chilenos farão mesa redonda sobre o Corredor Bioceânico Vial – rota que conectará o sul do Brasil ao norte chileno por meio de uma estrada de mais de 2,4 mil quilômetros. O presidente do Chile participa dos dois dias de encontro com os empresários.

Chile é um dos principais parceiros comerciais do Brasil

O Brasil e Chile são parceiros econômicos estratégicos na América Latina e têm relação comercial sólida e em expansão: enquanto o Brasil é o principal destino das exportações chilenas na região, o Chile é o terceiro maior mercado para os produtos brasileiros. Ao longo das últimas décadas, os países aprofundaram seus vínculos por meio da modernização de acordos comerciais, criando uma base robusta para a integração econômica.

O Chile é o 7º maior parceiro comercial do Brasil e representa 2,1% da corrente de comércio brasileira. Em 2024, o intercâmbio comercial entre os dois países somou US$ 11,7 bilhões, sendo US$ 6,7 bilhões em exportações brasileiras para o Chile e US$ 5 bilhões em importações. A indústria da transformação tem papel relevante: na última década, o setor produtivo representou 69,8% das exportações do Brasil para o Chile e 64,8% das importações brasileiras de produtos chilenos. Os dados são de um levantamento feito pela CNI com base em estatísticas do Comex Stat.

Acordo de Livre Comércio é o mais moderno do Brasil

Desde janeiro de 2022, o Acordo de Livre Comércio (ALC) entre Brasil e Chile está em vigor. O tratado é considerado o mais moderno e abrangente firmado pelo Brasil, incluindo capítulos sobre comércio de serviços, investimentos, compras governamentais e boas práticas regulatórias.

A CNI atua ativamente na divulgação dos compromissos do acordo junto ao setor privado e na criação de instrumentos para facilitar seu uso – como o Manual do Acordo de Livre Comércio Brasil-Chile, para repercutir e explicar os compromissos do tratado.

As três prioridades da indústria brasileira para o relacionamento bilateral

  • Implementar o novo regime de origem entre Brasil e Chile: a atualização das regras de origem é o único tema comercial pendente após o Acordo de Livre Comércio BrasilChile. O texto já foi negociado e está na fase de tradução. Com o empenho dos governos brasileiro e chileno, é possível concluir sua celebração entre o Mercosul e o Chile neste semestre, viabilizando a entrada em vigor de forma bilateral ainda em 2025;
  • Concluir a negociação do Acordo Regional de Reconhecimento Mútuo (ARM) de Operador Econômico Autorizado (OEA): o ARM permite que os procedimentos adotados na certificação de OEA no Brasil sejam reconhecidos no Chile e viceversa. Dessa forma, as empresas autorizadas são automaticamente identificadas na aduana como de baixo risco. O plano de trabalho do ARM entre os países do Mercosul e da Aliança do Pacífico foi assinado em 2018 pelas aduanas do Brasil e do Chile, mas não houve evolução no intercâmbio de informações;
  • Fomentar a cooperação regulatória internacional (CRI): no âmbito do Acordo de Livre Comércio BrasilChile, os dois países concluíram as negociações de uma iniciativa de CRI no setor de cosméticos. Para que entre em vigor, ainda é necessário a publicação de ato normativo e implementação do acordo setorial. Além disso, para reduzir ou eliminar entraves no comércio bilateral, é importante promover novas iniciativas de CRI em outros setores, tomando como referência a iniciativa do setor de cosméticos.

(*) Com informações da CNI

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