Da Redação (*)
Brasília – As exportações da indústria automotiva registraram no mês de agosto o melhor resultado desde junho de 2018, com as vendas ao mercado externo atingindo 57,1 mil unidades. A grande responsável por esse resultado comemorado pelo setor foi a Argentina, que responde por 59% das exportações do ano.
As vendas de automóveis de janeiro a agosto somaram 313,3 mil, 12,1 mil acima dos números registrados nos primeiros oito meses de 2024. Os dados foram divulgados hoje (9) durante entrevista coletiva da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea), em São Paulo. “O crescimento da nossa produção nos últimos meses decorre da maior presença de nossas associadas no mercado externo”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.
Em agosto as fábricas brasileiras produziram 247 mil autoveículos, sem grandes variações em relações ao mês anterior (+3%) e a agosto do ano passado (-4,8%). No ano, são 1,743 milhão de unidades produzidas, alta de 6% sobre 2024.
Vendas em queda no mercado interno acendem alerta
O mercado interno mantém comportamento de estabilidade, mas com elevação da venda de importados e dos canais de vendas diretas, em detrimento do varejo de modelos nacionais. Em agosto, o total de emplacamentos foi de 225,4 mil autoveículos.
“A média diária de vendas foi de 10,7 mil unidades, o segundo mês no ano com média inferior ao mesmo mês de 2024, o que acende um alerta para o último quadrimestre do ano, que precisa subir bastante para acompanhar o ritmo acelerado do ano passado”, pontuou Calvet.
O acumulado de emplacamentos deste ano é de 1,668 milhão de autoveículos, apenas 2,8% a mais do que nos primeiros oito meses de 2024. Contudo, chama a atenção a alta de 12,1% das vendas de importados. Em agosto, a China foi o principal porto de origem dos importados emplacados pela primeira vez na história, superando a Argentina, que ocupa esse posto desde o início dos anos 1990.
As vendas de modelos nacionais no varejo já caíram 9,3% no ano, ante um crescimento de 17,3% dos importados. Mesmo nas vendas diretas, os nacionais cresceram 12,4%, um pouco abaixo dos 13,8% de alta dos estrangeiros.
E a situação seria ainda mais complexa não fosse o bom desempenho dos carros nacionais de entrada nos últimos dois meses, por conta do Carro Sustentável, que elevou em 26% as vendas dos modelos habilitados no programa federal. Outro ponto positivo é o crescimento dos emplacamentos de modelos eletrificados nacionais: eles representaram 25% das vendas totais de híbridos e elétricos no ano.
(*) Com informações da Anfavea