Da Redação (*)
Brasília – Uma forte redução nas vendas para países vizinhos como a Argentina, Chile e Colômbia, três dos principais importadores de automóveis do Brasil, fez com que as exportações de veículos registrassem uma queda de 16% de janeiro a dezembro de 2023, com 403,9 mil unidades comercializadas no mercado externo. No mesmo período do ano passado foram exportadas 480,9 mil unidades.
Em relação à Argentina, a diminuição de vendas atingiu o percentual de -16%; no Chile, -57%; enquanto a Colômbia reduziu em -53% as importações de veículos brasileiros. Para 2024 a Anfavea estima que as exportações tenham um leve aumento de 0,7%, atingindo um total de 407 mil unidades embarcadas.
Os dados constam do balanço anual da indústria automotiva divulgado hoje (10), em São Paulo, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Produção tem alta de 1,3% em 2023
Por outro lado, a produção de veículos cresceu 1,3% % em 2023, ao alcançar 2,20 milhões de unidades. Segundo a Anfavea, os números poderiam ser melhores, caso as exportações não tivessem caído 16% e as importações aumentassem +29%.
Segundo os dados, a produção de caminhões e ônibus caiu 37,5%, em função dos custos mais elevados das novas tecnologias de controle de emissões, adotadas para atender a etapa P8 do Proconve, válida desde janeiro de 2023.
As vendas de veículos novos tiveram alta de 11,2%, em 2023, com 2,18 milhões mil unidades emplacadas contra as 2,10 milhões do mesmo período do ano anterior. Acrescentando caminhões e ônibus, os emplacamentos de autoveículos chegaram a 2.309 mil unidades, 9,7% a mais que em 2022.
“A média diária de emplacamentos cresceu de forma consistente ao longo de 2023, fechando com 12,4 mil unidades/dia em dezembro, melhor resultado dos últimos quatro anos. O bom desempenho no último mês foi puxado principalmente pelas locadoras, que compraram 75 mil unidades, 30 mil a mais que a média do ano passado. Outro fator que impulsionou os emplacamentos foram as promoções para vendas de modelos híbridos e elétricos antes da volta do Imposto de Importação, que ocorreu na virada deste ano”, diz a Anfavea.
Para 2024 a Anfavea estima que as vendas cresçam 6,1% (2,45 milhões de unidades), 6,2% na produção (2,47 milhões). Segundo o presidente da entidade, Márcio Lima Leite, há motivos para acreditar em um ano positivo para o setor automotivo brasileiro porque, além da expectativa de crescimento do mercado interno e da produção, há a publicação da Medida Provisória nº 1.205 que instituiu o Programa Mover.
“Trata-se de uma política industrial muito moderna e inteligente, que garante previsibilidade à toda a cadeia automotiva presente no país e as novas empresas que chegarem, e ainda privilegia as novas tecnologias de descarbonização, os investimentos em P&D e favorece a neoindustrialização,” explicou.
(*) Com informações da Agência Brasil