Exportações de carne de frango devem atingir volume recorde de 3,8 mi de toneladas

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Da Redação com informações do DCI

São Paulo – Mais de três milhões e oitocentos mil toneladas. Este deverá ser o volume total das exportações brasileiras de carne de frango em 2010, estabelecendo um novo recorde para o setor. Se comparado com 2009 o volume representa um crescimento superior a 5%. As informações são da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), que em reunião com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), definiu a estratégia de exportação para o setor avícola em 2011.

Segundo a entidade a expectativa é de um aumento de 16% nas receitas com exportação este ano, quando comparado ao ano passado, fechando com US$ 6,8 bilhões. “Em reais esse montante ficará muito parecido com o do ano passado, ou melhor, o preço médio cresceu aproximadamente 11% ante 2009, pois o efeito negativo do cambio, que foi muito grande, acabou neutralizando um crescimento maior no faturamento. Este foi o ponto negativo para o setor este ano”, contou Adriano Zerbini, gerente de mercado da Ubabef.

Zerbini comentou que as projeções para 2011 ainda não foram consolidadas, mas o Brasil fará fortes investidas em novos mercados emergentes na África e Ásia. “Precisamos ganhar mercado. A demanda mundial tem se mostrado crescente, principalmente nos mercados emergentes que estão começando a consumir proteína, e normalmente se começa pelo frango. E o Brasil tem um papel muito importante neste cenário. Inclusive já estabelecemos contato com alguns países africanos”, disse ele.

Além da China que já importa uma grande quantidade de frango do Brasil, e também será foco para ampliação de mercado, a Malásia e a Indonésia, considerados países de difícil trato, constam nos planos brasileiros para abertura de negociação. “Temos como foco a ampliação de presença na China, e tratativas em alguns países asiáticos como a Malásia e a Indonésia, que é bem mais difícil entrar, mas estamos começando um trabalho, a médio e longo prazo por lá.”

Em relação à Índia, o diretor frisou que o País mantém o interesse em abrir mercado. Para resolver os impasses com os indianos, o setor pretende derrubar as tarifas impostas pelo país, para que o preço do frango brasileiro seja competitivo. “Queremos diminuir as tarifas da Índia, o mercado já está aberto mas os valores atuais impossibilitam o comercio. Existe uma resistência muito grande por lá, e nosso trabalho será grande”, garantiu Zerbini.

Por fim ele acrescentou que o protecionismo por parte da União Europeia deve continuar em 2011, mas que diversas frentes estão trabalhando para minimizar os embargos.

Em relação aos recentes anúncios oriundos da Rússia, que pretende frear as importações de frango para fomentar a produção interna, Zerbini afirmou que o Brasil fará todo o possível para manter este mercado. “A Rússia é um grande importador de carne de frango que privilegia os EUA e a Europa. Nós aumentamos muito a nossa participação naquele país em função dos desentendimentos deles com os EUA em 2010. Pretendemos não perder essa participação em 2011, mas como eles não são membros da OMC o relacionamento é muito imprevisível”, comentou ele.

Preços

Para o final deste ano, a expectativa do mercado de avicultura é que os preços fiquem em torno de R$ 3 para o frango congelado, tanto em São Paulo quanto em Minas Gerais, e R$ 2 para o frango vivo. Para o sul a previsão é de que os preços oscilem entre R$ 2,7 a R$ 2,8 para o congelado, e R$ 1,9 para o vivo. “Esses preços estão em patamares bem elevados. No congelado quanto no vivo. Normalmente o preço varia entre R$ 1,5, e R$ 1,6 no vivo em São Paulo. E no frango congelado o preço pode variar entre R$ 2,2, a R$ 2,5”, garantiu Fernando Henrique Iglesias, analista de Mercado da Safras & Mercado.

Iglesias acredita que o preço da ave terá uma queda no inicio de 2011 por conta do período de férias, mas durante o ano, fatores como a demanda interna e o preço da carne bovina podem elevar novamente os valores do frango. “Após esse período a tendência é que os preços do frango voltem à normalidade”, disse.

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