Novo Hamburgo – Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que as exportações geraram US$ 90,2 milhões em agosto, resultado 2,6% inferior ao auferido no mesmo mês de 2013. Já no acumulado, entre janeiro e agosto, os embarques de 82 milhões de pares resultaram em US$ 699 milhões, 3% menos do que em igual período do ano passado.
Por outro lado, a queda de 13,5% nas importações de calçados no mês de agosto, no comparativo com igual mês de 2013, chegando a US$ 49,5 milhões, equilibrou um pouco mais a balança comercial, que agora é 8,3% pior do que a de 2013 – embora ainda positiva em US$ 294,2 milhões. Entre janeiro e agosto foram importados 26,7 milhões de pares por US$ 404,7 milhões, 1,2% mais do que o registrado no mesmo intervalo do ano passado.
Os principais destinos no acumulado do ano seguem sendo os Estados Unidos, para onde foram 7,3 milhões de pares por US$ 125,8 milhões (3,6% mais do que em 2013), Argentina, que comprou 5 milhões de pares por US$ 56,8 milhões (queda de 35%), e França, com 4,1 milhões de pares importados por US$ 41,8 milhões (queda de 8%).
Estados
Conforme os dados tabulados pela Abicalçados, entre janeiro e agosto o Rio Grande do Sul seguiu como o maior exportador de calçados do Brasil, com a venda de 11,67 milhões de pares por US$ 261 milhões, 1,2% menos do que no mesmo período de 2013. O Ceará, principal exportador em volume, segue na segunda colocação com o embarque de 34,34 milhões de pares por US$ 192,55 milhões, queda de 2,8% ante o ano passado. São Paulo, que vendeu 8,14 milhões de pares por US$ 99,4 milhões, incremento de 4,8% frente a 2013, segue como o terceiro principal exportador de calçados.
Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o resultado não surpreende, tendo em vista o desaquecimento da economia brasileira. “O endividamento crescente das famílias e a inflação no limite da meta estabelecida pelo Governo são indicadores de queda no consumo. Nem mesmo as importações estão mantendo o ritmo de períodos anteriores”, avalia o executivo. Segundo ele, o quadro não deve mudar até o final do ano.
“O mercado está em compasso de espera. Podermos prever um quadro mais claro, de mudanças ou não, somente a partir do ano que vem”, afirma Klein, listando ainda os problemas já conhecidos e que afetam a atividade exportadora, especialmente a de manufaturados.
“Os custos de se produzir no Brasil seguem sendo os mais altos do mundo. Com uma alta carga tributária, uma péssima infraestrutura logística e uma legislação trabalhista defasada fica muito difícil concorrer tanto em nível doméstico como internacional”, conclui o dirigente.
Calçado asiático em queda e argentino em alta
Em queda desde o mês passado, as importações de calçados asiáticos seguiram caindo em agosto. Os dois principais exportadores de calçados para o Brasil, Vietnã e Indonésia, registraram quedas de respectivamente 9% e 4,6% no mês passado – no comparativo com o mês oito do ano passado. O Vietnã comercializou 1,57 milhão de pares por US$ 26,7 milhões enquanto a Indonésia exportou 696,4 mil pares por US$ 12,23 milhões. No acumulado, porém, ambos seguem com resultados positivos frente ao mesmo período de 2013, sendo que o Vietnã embarcou o equivalente a US$ 238 milhões e a Indonésia US$ 75,45 milhões, altas de 12,6% e 1,7%, respectivamente.
A grande surpresa de agosto foi a Argentina, que não compra, mas tem vendido muito calçado para o Brasil. No mês passado, os argentinos venderam o equivalente a US$ 1,8 milhão em calçados para o Brasil, aumento de 2.227% com relação ao mês oito de 2013 (US$ 77,6 mil). Com o resultado, a Argentina já aparece como a quinta principal origem do calçado importado, com US$ 9 milhões entre janeiro e agosto – 13% mais do que no mesmo período de 2013.
Dados detalhados, com rankings completos de países destino e origens do produto brasileiro podem ser acessados no link: http://www.abicalcados.com.br/site/inteligencia.
Fonte: Abicalçados