Exportações de calçados reduzem ritmo da queda, mas importações crescem 79% em setembro

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Da Redação (*)

Brasília – Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que as exportações de calçados alcançaram 7,8 milhões de pares e US$ 81,3 milhões em setembro, quedas de 7% em volume e de 3,3% em receita no comparativo com o mesmo mês de 2023.

Trata-se da menor queda registrada desde o início do ano, o que aponta para um arrefecimento das taxas negativas. No acumulado dos nove meses do ano, as exportações somaram 71,64 milhões de pares e US$ 736,1 milhões, quedas tanto em volume (-21%) quanto em receita (-18,8%) em relação ao mesmo ínterim de 2023.

Por outro lado, as importações de calçados de setembro registraram a maior alta em 2024. No mês, entraram no Brasil 3,22 milhões de pares por US$ 50,8 milhões, incrementos tanto em volume (+79%) quanto em receita (+61,6%) em relação a setembro de 2023. No acumulado dos nove meses do ano, as importações somaram 27 milhões de pares e US$ 351,25 milhões, incrementos de 17,3% e 1%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado. As principais origens das importações seguem sendo os países asiáticos, com destaque para o Vietnã e Indonésia.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o movimento já era esperado pela entidade, diante da baixa base de comparação e da gradual recuperação das importações estadunidenses, que cresceram 4,2% nos sete primeiros meses do ano. O destaque do mês de setembro, segundo Ferreira, foram as recuperações dos embarques para a Argentina e para os Estados Unidos, os principais destinos do produto brasileiro no exterior. “Com o arrefecimento da queda nos últimos meses, devemos fechar o ano com um revés entre 14% e 19%”, projeta Ferreira.

Argentina

Em setembro, a Argentina ultrapassou os Estados Unidos e foi o principal destino do calçado brasileiro no exterior. No mês nove, as exportações para os hermanos somaram 2,18 milhões de pares e US$ 25,62 milhões, altas tanto em volume (+112,5%) quanto em receita (+48%) em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado dos nove meses, a Argentina soma a importação de 9 milhões de pares e US$ 154,3 milhões, quedas de 23,8% e 16,7%, respectivamente, ante o mesmo intervalo do ano passado.

EUA

No mês nove, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram 740,47 mil pares e US$ 17,22 milhões, altas tanto em volume (+31,1%) quanto em receita (+32%) em relação a setembro de 2023. No acumulado dos nove meses, as exportações para os Estados Unidos somaram 7,7 milhões de pares e US$ 165 milhões, quedas de 2,7% e 5,2%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período do ano passado.

O Paraguai foi o terceiro destino das exportações brasileiras de calçados. No mês de setembro, foram embarcados ao país vizinho 520,4 mil pares por US$ 4 milhões, quedas de 42% e 24,5%, respectivamente, ante setembro de 2023. No acumulado do ano, as exportações para o Paraguai somaram 6 milhões de pares e US$ 32,3 milhões, quedas tanto em volume (-21,8%) quanto em receita (-14,5%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

RS: maior exportador em recuperação

O principal estado exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul, que em setembro embarcou 2,9 milhões de pares por US$ 42,43 milhões, incrementos tanto em volume (+9,5%) quanto em receita (+7,4%) em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, as fábricas gaúchas somam o embarque de 24,14 milhões de pares por US$ 370,57 milhões, quedas de 11,5% e 11,4%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.

Registrando forte queda nas exportações em setembro, o Ceará segue sendo o segundo exportador de calçados do Brasil. No mês nove, partiram das fábricas cearenses 1,87 milhão de pares por US$ 10,9 milhões, quedas de 18,3% e 31,6%, respectivamente, ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos nove meses, as exportações do Ceará somaram 21,55 milhões de pares e US$ 145,33 milhões, quedas tanto em volume (-20,8%) quanto em receita (-27,7%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

No terceiro posto entre os exportadores brasileiros de calçados apareceu São Paulo, que em setembro embarcou 579 mil pares por US$ 8,83 milhões, queda de 4% em volume e incremento de 9,8% em receita no comparativo com o mês nove de 2023. No acumulado do ano, as exportações paulistas somaram 4,3 milhões de pares e US$ 66,32 milhões, quedas tanto em volume (-27,2%) quanto em receita (-22%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Importações aumentaram 79% em setembro

As importações de calçados de setembro registraram a maior alta em 2024. No mês, entraram no Brasil 3,22 milhões de pares por US$ 50,8 milhões, incrementos tanto em volume (+79%) quanto em receita (+61,6%) em relação a setembro de 2023. No acumulado dos nove meses do ano, as importações somaram 27 milhões de pares e US$ 351,25 milhões, incrementos de 17,3% e 1%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.

As principais origens das importações seguem sendo os países asiáticos, com destaque para o Vietnã e Indonésia. Em setembro, as importações do Vietnã somaram 1,25 milhão de pares e US$ 24,54 milhões, incrementos tanto em volume (+70,3%) quanto em receita (+54%) em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado de 2024, as importações do Vietnã chegaram a 8,94 milhões de pares e US$ 166,45 milhões, incremento de 17% em volume e queda de 2,4% em receita no comparativo com o período correspondente do ano passado.

As importações de calçados da Indonésia, em setembro, somaram 1 milhão de pares e US$ 15,6 milhões, com significativos incrementos de 285% e 160%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2023. Já no acumulado do ano, as importações da Indonésia somaram 4,7 milhões de pares e US$ 77 milhões, incrementos tanto em volume (+44%) quanto em receita (+17,5%) em relação ao mesmo período de 2023.

Fechando o ranking das origens do calçado importado pelo Brasil aparece a China, que em setembro embarcou para o Brasil 187,55 mil pares por US$ 2,84 milhões, quedas de 40% e 5,7%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2023. No acumulado dos nove meses, entraram no Brasil 7,94 milhões de pares chineses, pelos quais foram pagos US$ 30,17 milhões, quedas de 6% e 23%, respectivamente, no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado.

Em partes – cabedais, saltos, solados, palmilhas etc. -, as importações de janeiro a setembro somaram US$ 26,7 milhões, 27,7% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Estados Unidos.

(*) Com informações da Abicalçados

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