Exportações brasileiras para os países do Oriente Médio ficam estáveis no primeiro semestre

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São Paulo – As vendas do Brasil para os países árabes ficaram praticamente estáveis no primeiro semestre de 2013, em comparação com o mesmo período de 2012. Elas aumentaram 1,27% em volume, mas caíram 0,38% em receita, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

Os embarques somaram 17,3 milhões de toneladas e o faturamento gerado com eles foi de US$ 6,56 bilhões. Nos primeiros seis meses do ano passado, o volume estava em 17,1 milhão de toneladas e a receita em US$ 6,58 bilhões.

“A menor receita foi compensada pelo aumento das quantidades negociadas”, afirma o diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby. Sobre a possibilidade de melhora destes números nos próximos meses, o executivo afirma que há perspectiva de que os empresários busquem aumentar exportações em função da competitividade conseguida com a valorização do dólar frente ao real. Não há, porém, projeções no mercado para melhora de preços das commodities, o que não dá margem para esperar grande aumento de receita das vendas para os árabes.

Em junho, individualmente, as exportações brasileiras para o mundo árabe recuaram 27% em volume e 7,36% em receita sobre igual mês de 2012, para 2,1 milhões de toneladas e US$ 980 milhões. A queda ocorreu principalmente em função das vendas de minério de ferro, que tiveram recuo de 27,8% em receita e de 34,03% em quantidades. Alaby afirma que essa diminuição é preocupante, já que compras menores de minério significam menos produção de aço e consequentemente menor atividade econômica.

Também caíram, em junho, as receitas com vendas de açúcar, em 3,62%. As exportações subiram 15,20% em volume, porém, sinalizando que o Brasil vendeu o produto aos árabes por preços menores. Já as exportações de carnes subiram 6,8% em volume e 18,33% em receita, indicando cotações mais altas. O minério somou vendas de US$ 154 milhões em junho, o açúcar US$ 274 milhões e as carnes US$ 360 milhões. Esses três itens são responsáveis pela maior parte da pauta de produtos brasileiros exportados ao mundo árabe.

De janeiro a junho, as principais mercadorias vendidas foram carnes, açúcares, minérios e cereais. Houve aumento na receita com exportações de carnes e açúcar, de 10,6% e 10,05%, respectivamente, mas queda em minérios e cereais, com 9,79% e 9,32%, respectivamente. Os sauditas foram o maior mercado brasileiro no mundo árabe, com US$ 1,4 bilhão em compras, seguidos por Emirados Árabes Unidos, com US$ 1,1 bilhão, e pelo Egito, com US$ 906 milhões. Dos três, só Egito diminui as importações, em 9,3%, sobre o primeiro semestre de 2012.

As importações brasileiras de produtos árabes também caíram, 7,34%, no acumulado do ano até junho, com US$ 5,6 bilhões. A queda em junho, separadamente, no entanto, foi bem maior: 53%. Tanto no mês como no semestre, os principais produtos fornecidos foram petróleo e derivados. O Brasil também compra fertilizantes em quantidade significativa do mundo árabe.

Fonte: ANBA

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