São Paulo – O Brasil aumentou as exportações para 11 países árabes em março sobre igual mês de 2013, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Para os árabes como um todo, as vendas caíram 12,5% em receita em março, ficando em US$ 1,02 bilhão, e 2,2% em volume, com três milhões de toneladas. Mas Egito, Argélia, Líbia, Jordânia, Bahrein, Líbano, Síria, Catar, Palestina, Djibuti e Ilhas Comores gastaram mais com produtos brasileiros.
No caso do Egito, que lidera a lista dos países que importaram mais do Brasil em março, as compras ficaram em US$ 172,9 milhões. O país também foi o maior mercado para produtos brasileiros no mundo árabe no mês. O que impulsionou o aumento dos embarques foram carnes, com avanço de 100% para US$ 57,7 milhões, minérios, com crescimento de 11% para US$ 50,8 milhões, e açúcar, com alta de 260% para US$ 32,2 milhões.
As exportações do Brasil para a Argélia passaram de US$ 70 milhões para US$ 103 milhões. O crescimento, de 47%, teve como base principalmente as vendas de açúcar, que avançaram 17% para US$ 68,3 milhões, e as de milho, que ficaram em US$ 13,3 milhões. Em março do ano passado, o Brasil não enviou milho para os argelinos. As vendas para a Líbia (US$ 61 milhões) cresceram 195% impulsionadas principalmente por minério e açúcar, e as para a Jordânia (US$ 60,7 milhões) avançaram em função da exportação de aeronaves, no valor de US$ 39 milhões.
Sobre a queda das exportações para os árabes como um todo, o diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, afirma que o Brasil tem problemas de competitividade. “A tendência é que as grandes corporações, em função do ‘Custo Brasil’, façam parcerias para produzir nestes mercados”, afirma. Ele acrescenta que atualmente o mercado interno compra a preços atrativos, o que faz as empresas exportarem menos. Alaby lembra ainda que há o bloqueio à importação da carne bovina brasileira em alguns mercados, como Arbábia Saudita e Iraque.
As exportações totais do Brasil recuaram em março deste ano. Elas caíram 9% sobre o mesmo mês do ano passado, de US$ 19,3 bilhões para US$ 17,6 bilhões. No caso do mercado árabe, o recuo em receita ocorreu principalmente em função do menor faturamento com vendas de carnes (-15,8%), açúcar (-30%), minérios (-5,76%) e cereais (-30,44%). Destes produtos, o minério teve apenas queda de preço, já que o volume embarcado subiu. Os demais tiveram recuo também nas quantidades comercializadas. Estes quatro produtos estão entre os principais na pauta de exportações do Brasil para Oriente Médio e Norte da África.
No acumulado do ano até março, as vendas brasileiras para os árabes estão em queda, de 10,3% sobre o mesmo período de 2013. No primeiro trimestre, a receita com as exportações ficou em US$ 3 bilhões. O volume também recuou no período, em 15%. Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos foram os maiores compradores. Dos três, apenas o Egito aumentou as compras sobre o primeiro trimestre do ano passado.
As importações brasileiras de produtos do mundo árabe caíram neste ano, no acumulado de janeiro a março e em março individualmente. A queda, no mês, foi de 41% para US$ 586 milhões. No trimestre o recuo foi menor, de 6,6%, para US$ 2,2 bilhões. Houve diminuição nas compras de combustíveis minerais e também de fertilizantes. Os dois são os principais produtos da pauta de vendas dos árabes ao Brasil.
Fonte: ANBA