Expectativa de aumento da exportação de manga para os EUA é vista com otimismo em Petrolina

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Petrolina – O Vale do São Francisco é o maior exportador de manga do Brasil. Junto com a uva, lidera as exportações do país em 85% e 99, 8% de participação respectivamente. Mas os produtores da região e o Departamento de Agricultura dos EUA consideram que podem aumentar os valores de exportações. Por isso, a National Mango Board (NMB) e a Valexport realizaram, nesta quarta (3) e quinta-feira (4), o 10º Workshop Internacional, cujo objetivo é melhorar a qualidade e ampliar o consumo do fruto nos Estados Unidos.

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O evento aconteceu no Quality Hotel, em Petrolina, e atraiu produtores de manga, exportadores, fornecedores, gerentes de packing house e profissionais de segurança alimentar. No último ano, somente com a manga, a região exportou mais de 156 mil toneladas para o mundo. Desses números, os Estados Unidos importaram cerca de 32 mil toneladas em 2015, o equivalente a US$ 34 milhões em receita para a balança comercial brasileira.

De acordo com o diretor de Marketing da Valexport (Associação de Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco), Caio Coelho, o 10º Workshop cumpriu seu objetivo. “Esse evento é muito importante porque coloca os produtores da região diante dos representantes de instituições do Brasil e dos Estados Unidos que indicam as normas e modelos a serem obedecidos para que ampliemos a comercialização entre os dois países”. O diretor continua. “Para ter ideia, esperamos, em 2016, um aumento de 10% nas exportações para os Estados Unidos”, adiantou.

Caio Coelho ainda aproveitou o momento para lembrar o início do comércio de frutas com os americanos e reconheceu o movimento que o National Mango Board tem realizado para promover a manga brasileira naquele país.

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 “Em 2004, realizamos negócios da ordem de US$ 14 milhões com os EUA e agora em 2015 este movimento saltou para US$ 34 milhões. Além disso, destacamos ainda as ações junto à mídia [americana] para o estímulo ao consumo; apoio às palestras, treinamentos e às pesquisas técnicas relacionadas ao cultivo; além da colaboração nos trabalhos que resultam na aprovação da fruta pelo USDA [Departamento de Agricultura dos Estados Unidos]”, listou ele.

Quem também avalia positivo o resultado do evento é o diretor de pesquisas da NMB, Leonardo Ortega.  Ele lembrou que a janela de exportação da manga brasileira para os EUA é de julho a outubro, quando México e Equador estão na entressafra, e afirma que o workshop pode ajudar no crescimento do comércio bilateral.

“Nossa meta é sempre aumentar as importações”. Opinião dividida pela especialista em relações industriais da National Mango Board, Carla Sosa, que adiantou que a organização trabalha para importar a manga industrial. “Até o momento, a NMB promove a importação apenas da manga in natura, mas já existem conversações a respeito da manga industrializada do Brasil”, ressaltou.

Olhos atentos

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Durante o Workshop da NMB, o público participou de três palestras, um minicurso e uma visita de campo com especialistas nacionais e internacionais. Primeiro a falar, o pesquisador de frutos subtropicais israelense, Adolfo Levin, atraiu a atenção do público com a palestra sobre tecnologias de fertirrigação, efeitos da irrigação na produção e identificação de deficiências minerais na manga. Em seguida, temas como ‘Bioecologia, danos e desafios’ e ‘Desafios da sustentabilidade da mangicultura no Vale do São Francisco’, foram abordados pelos pesquisadores da Embrapa Semiárido, Diógenes Batista e João Ricardo de Lima, respectivamente.

Homenageados

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Hoje, 80% dos frutos exportados pelo Vale do São Francisco saem pelo Porto de Pecém, no Ceará. Além desse escoamento, as cidades de Petrolina e Juazeiro, destaques na oferta de manga e uva, beneficiam-se com as pesquisas e tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido), que ajudou a melhorar a qualidade internacional das frutas da região. Motivos para que a organização do 10º Workshop homenageasse as duas instituições e outros 16 atores que se destacaram no esforço de exportação agrícola do Vale. Na lista de homenageados, estiveram José Gualberto de Freitas, representando a Valexport, Caio Coelho (UPA – Umbuzeiro Produções Agrícolas) e Carla Sosa (NMB), entre outros.

Programação instrutiva

O produtor Altamir Martins trabalha com manga há 17 anos, participou de todos os eventos da National Mango Board, e acompanhou a evolução da produção da fruta no Vale. Diretor executivo da Finobrasa Agroindustrial, Martins conta que todos os assuntos abordados no Workshop da NMB serão observados pelo grupo. “Durante essas 10 edições, tivemos um avanço exponencial na qualidade dos frutos e na quantidade exportada. Isso tem a ver com as melhorias que fizemos a partir das instruções que saíram daqui”.

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Ele e o público do evento tiveram a oportunidade de participar do minicurso de ‘Interpretação de Análise de Solo e Recomendação de Adubação’, ministrado pelos professores da Univasf, Augusto Lima e Ítalo Cavalcante, e pela técnica responsável do Laboratório de Análises de Solo e Planta (LASP), Michelle Rocha, que indicaram quais os passos necessários para que uma produção receba os selos de exportação e de qualidade.

A Valexport ainda promoveu uma visita de campo com o diretor de pesquisas da NMB, Leonardo Ortega, o especialista em irrigação, Adolfo Levin, e os pesquisadores da Embrapa Semiárido, que levaram os estrangeiros para conhecer as pesquisas técnico-científicas realizadas na região. De volta ao Quality Hotel, o gerente executivo da Valexport, Tássio Lustoza, agradeceu aos parceiros (Embrapa Semiárido, Sebrae e Univasf) e a grande adesão do público, que superou as edições anteriores, e disse que espera um Workshop da NMB maior ainda para 2017.

 

Fonte: Cias Comunicação  Marketing

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