Empresas brasileiras prospectam US$ 62 milhões em negócios com participação na Colombiatex

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Brasilia – Entre os dias 21 e 23 de janeiro, a Plaza Mayor, o mais popular espaço de eventos da cidade de Medellín, na Colômbia, recebeu a maior delegação brasileira na história da feira Colombiatex de Las América. Durante os três dias do principal evento do setor têxtil da América Latina, as 44 empresas brasileiras firmaram um total de US$ 8,96 milhões em negócios, com projeção de fechar US$ 62,84 milhões adicionais nos próximos 12 meses.

As empresas do setor têxtil e de confecção, máquinas e equipamentos, e calçados e componentes, contaram com o apoio dos programas de internacionalização Texbrasil, Brazil Machinery Solutions e By Brazil Components, Machinery and Chemicals – realizados por meio de parcerias entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e a Associação Brasileira das Empresas de Couro, Calçados e Componentes de Fabricação (Assinecal), respectivamente.

A 32ª edição da feira recebeu mais de 13,5 mil compradores de 33 países. Desses, 12,5 mil são da Colômbia e 1,5 mil de países como Equador, Peru e México. Entre os expositores, 546 empresas provenientes de 21 lugares do globo, com destaque para as delegações brasileiras, indianas e italianas.

O Brasil foi condecorado pela Inexmoda. A organizadora da feira entregou às entidades Abit, Abimaq e Assintecal três placas de agradecimento por todo o apoio ao setor têxtil colombiano nos últimos anos. O diretor executivo da Inexmoda, Carlos Eduardo Botero, agradeceu a parceira e comentou sobre o acordo comercial firmado entre a Colômbia e o Brasil, que leva a zero as tarifas para o setor têxtil e de confecção: “ainda estamos celebrando o acordo que traz muitas possibilidades, transações comerciais e presença nos nossos negócios”.

Textil e confecção

De acordo com Lilian Kaddissi, gerente executiva do Texbrasil, essa foi uma edição que ficará na história. “As 32 empresas do nosso setor que participaram do evento tiveram um número muito alto de fechamento de negócios, que bateu a marca dos US$ 8 milhões. Para os próximos 12 meses a perspectiva é de mais de US$ 60 milhões em negociações decorrentes do evento. Estamos realmente bastante satisfeitos e otimistas com os resultados, que foram 30% melhores que as vendas no decorrer do ano de 2019”, assegura.

O grupo do setor têxtil era formado pelas empresas Bonor Fashion Accessories, Berlan, Canatiba, Cataguases, CMJ Textile, Coltex, Covolan Têxtil, Dalila, Draft, Ecotag Lacres, Estrela Aviamentos, Expor Manequins, Hudtelfa, Creora, J. Serrano, La Estampa Fabric & Arts, Latina Textil, Lunelli Textil, Linhas Trichê, Tecelagem Macias, Nicoletti Textil, Paramount, Paranatex Textil, Rosset, Salotex, Sancris, SantaConstancia, Santana Textiles, Santanense, Santista, TBM Têxtil e Vicunha Têxtil.

A Santista, que participa da Colombiatex desde sua segunda edição, afirma que o evento é obrigatório no calendário. De acordo com Sueli Pereira, gerente de moda e comunicação, neste ano a empresa apostou em uma releitura de seu primeiro sucesso e deu certo. “O First Denim é uma homenagem aos 90 anos da Santista. Nesta edição, trouxemos em duas versões: stretch e 100% algodão, ambas em black”, detalha. A gerente conta ainda que notou nos corredores da feira um maior movimento e otimismo se comparado com 2019.

Já a Lunelli Têxtil e a Coltex participam pela segunda vez na feira. Ana Luiza Busnardo, da área de exportação da Lunelli Têxtil, conta que o evento já é o mais importante para a empresa da América Latina. “Exportávamos para o Paraguai e para a Argentina e, de dois anos para cá, essa operação cresceu muito. Nós acreditamos que a Colombiatex foi uma peça chave para isso acontecer”, conta.

Alexandre de Oliveira, diretor comercial da Coltex, comenta que a empresa fechou negócios com países como Equador, México, Chile, Venezuela e Chile. “É uma feira que atrai compradores que vêm fazer negócios. Achei muito interessante o perfil diverso de profissionais, que são de empresas de grande, médio e pequeno portes”, finaliza.

Máquinas e equipamentos

Já o setor de máquinas e equipamentos brasileiro estava representado por oito fabricante: Audaces, Castilho Máquinas Têxteis, Censi Máquinas, Comelato Roncato, Delta Equipamentos, Inarmeg, Orizio e SocioTec. Eles fecharam durante o evento US$ 669 mil e prospectaram para os 12 meses seguintes um valor de US$ 2,2 milhões.

“O Brasil é referência no setor de máquinas e acessórios para a indústria têxtil e de confecção na América Latina. Trabalhamos duro em inovação, principalmente em tecnologias que aprimorem as máquinas e equipamentos voltadas para o setor. Prova disso é o resultado expressivo das negociações durante a Colombiatex”, diz a diretora executiva do mercado externo da Abimaq e gerente da BMS, Patrícia Gomes.

Para Fábio Kreutzfeld, diretor da Delta, empresa do BMS que marcou presença no evento, a feira contou com um público mais otimista e focado nesta edição. “Compradores, gerentes e diretores estiveram presentes apresentando demandas de seus setores e buscando tecnologia diferenciada. Redução de custos, automação e padronização de processos e garantia de qualidade foram os temas mais abordados para a competitividade da indústria colombiana”, explica.

Couro, calçados e componentes de fabricação

Para as quatro empresas participantes do By Brasil (Conexão Malhas, LCM Foils, SMS Metais e Alpargateria Cervera), a estimativa de geração de negócios ficou em US$ 320 mil. Os empresários do setor de couro, calçados e componentes de fabricação realizaram 223 contatos qualificados, sendo que 68% foram novos clientes.

De acordo com Luiz Valdemir Ribas da Cruz Junior, coordenador de mercado internacional e inteligência de mercado da ASSINTECAL, essa é a segunda vez que o programa apoia empresas na Colombiatex. “Foi uma abertura bastante importante. Há um potencial para as empresas de componentes/materiais participarem da feira, pois a visitação de calçadistas foi maior do que o esperado”, conta.

E acrescenta: “notamos uma tendência de visitação maior uma vez que a feira tem uma pegada voltada também a novidades de moda e de novos materiais têxteis com possibilidade de aplicação ao calçado, diferente das feiras tradicionais do segmento que são mais estanques e direcionada”.

(*) Com informações da Apex-Brasil

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