São Paulo –Ligadas ao Projeto Organics Brasil, as oito empresas brasileiras que estiveram em Nuremberg (12-15 fevereiro) na Biofach, mais importante feira de negócios do setor de orgânicos conseguiram fechar US$ 5,2 milhões em negócios, com mais US$ 15 milhões em negócios futuros. Foram 578 visitas de compradores da Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Chile, China, Colômbia, Coreia, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Islândia, Israel, Itália, Japão, México, Noruega, Peru, Polônia, Portugal, Reino Unido e Romênia.
As empresas do Projeto Organics Brasil tiveram excelentes resultados, com vários negócios para serem fechados ainda no primeiro semestre. A Surya Brasil, por exemplo, recebeu duas boas propostas de países escandinavos para venda das linhas corporais. O IBD fechou convênio com a Natrue, uma associação de certificadoras internacionais que está segmentando a conceituação de cosméticos orgânicos certificados por grandes grupos. Hoje são duas associações internacionais: o Cosmos que envolve certificadoras prioritariamente europeias; e Natrue mais direcionado ao mercado norte americano, mas que vem agregando certificadoras no mercado europeu. O IBD passa a ser a representante da empresa no Brasil, assim como a Natrue passa a representar a certificadora brasileira na União Europeia.
A Native e a Jalles Machado, as maiores produtoras e exportadoras de açúcar orgânico do mundo, reforçaram seus contatos e tiveram boa procura de empresas de alimentos e bebidas da Austrália e Estados Unidos. A Beraca recebeu novas empresas de cosméticos interessadas em ingredientes amazônicos. Já a MN Própolis e a Chá Mate Triunfo tiveram expressivo interesse de empresas japonesas, mercado que recuperou o crescimento no consumo.
O coordenador executivo do Projeto Organics Brasil destaca que as propostas de crescimento do setor, o chamado terceiro momento dos orgânicos (organics 3.0), lançado na Biofach, é o desafio para ampliar o consumo com consciência, a produção com responsabilidade ambiental e social. “Todos os discursos do congresso, dos principais estudiosos e entidades do setor de orgânicos, são na direção de como tornar as transações comerciais dentro da cadeia produtiva, a facilitação no processo para dar acesso a uma alimentação saudável e ter qualidade de vida no cotidiano, e não como uma escolha para uma parte da população. O número de seminários e discussões sobre mudança climática e preservação mostraram como é preciso planejamento para obter o melhor da cadeia – desde a matéria prima até o consumidor final. Nosso desafio, no Brasil, é ampliar as informações sobre o potencial da biodiversidade, dos produtos de cada bioma e aproveitar a grande exposição dos eventos mundiais, como a Copa FIFA e as Olimpíadas- para mostrar que o Brasil é orgânico por natureza e tem potencial de exportação para a demanda mundial”, explica Ming Liu.
Algumas cooperativas, que estiveram expondo no estande do MDA, entram para o Projeto Organics Brasil para ampliar o potencial de exportação e gerar renda para as respectivas comunidades. “Chegou o momento de crescer, aproveitar o potencial dessas cooperativas e incentivar outras a suprir a demanda mundial”, diz Ming Liu. O Organics Brasil projeta fechar o biênio 2014-2016 com 100 empresas associadas e geração de US$ 150 milhões em negócios de exportação.
Agricultura Familiar na Biofach
Dentro do grupo dos empreendimentos da AF, que estiveram presentes na Biofach com apoio do MDA e do Secom da Embaixada do Brasil de Berlim, destaque para a participação dos empreendimentos Aliança e Vinícola Garibaldi que apresentaram, pela primeira vez, os sucos orgânicos. Ambas planejam aumentar a produção nos próximos anos com vistas do mercado internacional.
A Ecocitrus que, além dos sucos prontos, está desenvolvendo uma linha de alto valor agregado para a extração do extrato cítrico da tangerina, para as indústrias de cosméticos e alimentos. Outro destaque foi a Cooperacre, com venda das tradicionais Castanhas do Pará, que atraiu grande interesse dos importadores, além de consolidar contatos já existentes.
Outro empreendimento já conhecido foi a Weber Haus, que lançou uma linha de cachaça produzida especialmente para a Copa, uma iniciativa da Apex-Brasil para formar a seleção de alimentos, em uma campanha que está em execução nas principais feiras de alimentos do mundo. “Por fim, destacamos a Coopfam que fez vários contatos para distribuir seu premiado café orgânico e com potenciais de desenvolver parcerias com empresas europeias interessadas em divulgar seu produto com suas histórias dos produtores de Minas Gerais”, informa Ming Liu.
Fonte: Projeto Organics Brasil