Tecnologia desenvolvida pela Bemobi oferece a países em desenvolvimento soluções de pagamento digital, games, apps e serviços. Produtos da empresa estão disponíveis no Iraque, Marrocos, Egito e Argélia.
São Paulo – Iraque, Argélia, Egito e Marrocos são os países árabes em um universo de 50 nações em que a empresa brasileira de serviços digitais Bemobi oferece seus serviços. Criada em 2009 digitalizando a recarga de crédito em telefones pré-pagos, a Bemobi oferece uma quantidade de produtos em países em desenvolvimento que se estende desde games e apps até serviços financeiros. Os países árabes são parte do processo de expansão em razão da escala de consumidores com perfis de renda e demanda com os quais a Bemobi atua.
De acordo com o diretor de Service Management da Bemobi, Ricardo Santos, a empresa começou suas operações digitalizando a recarga de telefones pré-pagos em uma época em que o padrão para colocar crédito nos celulares eram cartões comprados em bancas de jornal. “A Bemobi desenvolveu um sistema adotado por várias operadoras, em que o cliente faz a operação de recarga pelo próprio celular, incluindo todo o processo de pagamento”, afirma Santos sobre o começo da empresa.
Após esse primeiro passo, a Bemobi passou a oferecer outros serviços para um cliente, segundo o executivo, ávido por tecnologia, mas com limitações de renda e de meios de pagamento. Um desses serviços eram as micro assinaturas de jogos e aplicativos e o nano-crédito, um adiantamento do crédito para que o usuário pudesse completar um telefonema ou navegação.
A Bemobi expandiu seus produtos e passou a atuar também como uma fintech, uma empresa de serviços financeiros digitais. Hoje, ela realiza a jornada de pagamentos digitais em algumas empresas de energia no Brasil sendo que em uma delas, a Equatorial Energia, oferece a possibilidade de o cliente pagar a conta pelo site, app e na maquininha do eletricista, que pode até parcelar os débitos.
Da receita da empresa, 33,4% são procedentes dos pagamentos digitais, 31,4% da assinatura de games e outros apps, 22,3% de plataformas como serviços, conhecidas como PaaS e que são ambientes na nuvem em que diversos serviços são oferecidos. Um deles são as caixas postais. Outros 12,9% são procedentes das microfinanças, que são a antecipação de crédito de dados.
A Bemobi tem como foco de atuação e oferta dos seus produtos os países em desenvolvimento. “São geografias onde, apesar de existir uma grande demanda por soluções digitais, a quantidade de pessoas que efetivamente paga pelo seu uso fica muito aquém da demanda potencial. Esse gap é resultado da limitação da renda da população desses países e/ou pela ausência de acesso a meios digitais de pagamentos aderentes aos meios tradicionais de contratação”, afirma o executivo.
No seu modelo de negócios, a Bemobi atua no sistema B2B2C (business-to-business-to-consumer), por meio do qual os seus produtos são ofertados às operadoras de telefonia que, por sua vez, os oferecem aos clientes. A remuneração da Bemobi é de centavos em cada transação, porém em uma base muito grande de clientes dos países em que atua. Os escritórios estão no México, Peru, Chile, Ucrânia e Filipinas, mas a presença da empresa alcança outros países em razão das parcerias com as operadoras locais. Entre esses destinos estão as nações árabes do Norte da África, Marrocos, Egito e Argélia, além do Iraque, no Oriente Médio.
Sobre a presença nas nações árabes, Santos diz que são países em que as pessoas também desejam desfrutar de praticidade, comodidade e entretenimento proporcionados pela digitalização. Além disso, são nações com o perfil de público com o qual a Bemobi atua. “Enxergamos um enorme potencial de crescimento nesses mercados. Assim como em outros países, iniciamos com serviços digitais, principalmente assinaturas de games e apps, mas o objetivo é expandir nosso portfólio, principalmente com soluções de pagamentos digitais”.
(*) Com informações da ANBA
