Emissões globais de carbono caem 25% em 14 anos, com a queda do desmatamento na AL e África

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São Paulo – Ainda que a passos os lentos, os esforços mundiais para a redução de emissões de carbono têm apresentado bons resultados e o Brasil aparece como um dos países que mais têm contribuído com este processo. A informação é da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que estima um corte de 25% nas emissões devido à queda do desmatamento entre 2001 e 2015 na América Latina e na África.

O desmatamento é definido como mudança do uso do solo e das florestas para outros usos, como plantações agrícolas ou criação de gado, por exemplo. De acordo com estimativas publicadas pela FAO, o Brasil é responsável por mais de 50% da redução global de emissões de carbono no período analisado. Em 2001 eram 3,9 gigatoneladas por ano e agora, em 2015, são 2,9 gigatoneladas. No entanto, a África e a América Latina ainda emitem mais carbono do que absorvem.

“É animador ver que em geral o desmatamento está diminuindo e que países de todas as regiões têm demonstrado um progresso impressionante, como Costa Rica, Chile, Uruguai, Brasil, Cabo Verde, Vietnã, China, Filipinas, Coreia do Sul, Turquia e outros”, comentou o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva. “Gostaria de incentivar todos os países a compartilharem suas experiências com outros países. Através da cooperação, a FAO está disposta a facilitar esta colaboração e intercâmbio de conhecimentos.”

Apesar de comemorar este resultado, a FAO mantém a preocupação com a degradação de florestas ao redor do mundo, representada pela redução da densidade da biomassa das árvores por causas humanas ou naturais, como o corte de árvores, incêndios florestais e quedas em função de fenômenos climáticos mais intensos.

Graziano defende o papel fundamental que as florestas têm frente às mudanças do clima, já que elas são consideradas essenciais ao equilíbrio do carbono e pela capacidade de armazenar quase 75% de todo o carbono presente na atmosfera. “O desmatamento e a degradação aumentam a concentração de gases do efeito estufa e o crescimento das florestas, por sua vez, absorve o dióxido de carbono, a principal emissão do efeito estufa.”

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