Deficit comercial crescente com os EUA preocupa o governo e será tratado na visita de Joe Biden

Compartilhe:

Da Redação

Brasília –  O deficit de mais de US$ 4,8 bilhões acumulado pelo Brasil em apenas quatro meses do ano no comércio bilateral com os Estados Unidos é motivo de grande preocupação para o governo brasileiro e por isso mesmo será um dos principais temas a serem tratados na visita que o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, faz ao Brasil esta semana.

Biden desembarca no País nesta segunda-feira (27) para uma visita de quatro dias com o objetivo de tratar de temas como o aprofundamento da parceria estratégica entre os dois países e a cooperação nas áreas de energia, ciência e tecnologia.

Além de Brasília, onde se encontrará com a presidente Dilma Rousseff, Joe Biden irá também ao Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio, ele visitará uma comunidade pacificada. A visita servirá também para dar andamento aos preparativos da visita de Estado que a presidente Dilma Rousseff fará a Washington, em outubro.

Entre janeiro e abril, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 7,073 bilhões. Nesse mesmo período, as vendas americanas ao Brasil totalizaram US$ 11,911 bilhões. Com isto, os americanos obtiveram um superávit de US$ 4,838 bilhões no intercâmbio com o Brasil em apenas quatro meses do ano.

No período, as exportações brasileiras tiveram uma queda de 21,58%, enquanto as vendas americanas cresceram 12,94%. O saldo americano cresceu 216,69% em comparação com igual período do ano passado.

A ser mantida essa tendência, ao final de 2013 os Estados Unidos poderão ter um superávit histórico no comércio com o Brasil. Em 2012, o intercâmbio bilateral foi favorável aos americanos no montante de US$ 5,659 bilhões. O maior saldo obtido pelos americanos totalizou US$ 8,165 bilhões, em 2011. Esse número poderá ser facilmente ultrapassado este ano.

O deficit crescente é motivo de preocupação para o governo brasileiro e por isso mesmo a questão deverá ser abordada tanto pela presidente Dilma Rousseff quanto pelos ministros Antonio Patriota e Fernando Pimentel nos encontros que terão com o vice-presidente Joe Biden.

Importância do Brasil

Segundo o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar da Silva Nunes, a visita do vice-presidente americano é uma demonstração da importância que tem para o governo dos Estados Unidos a participação crescente do Brasil no cenário internacional

“É o reconhecimento do Brasil e o aprofundamento das relações com os Estados Unidos. O vice-presidente Biden irá a alguns países da América Latina. Mas o Brasil será o único na América do Sul, isso demonstra a atenção dos Estados Unidos ao país”, ressaltou o embaixador à Agência Brasil.

Ao lado do secretário de Estado americano, John Kerry, Biden é responsável também por várias negociações internacionais. Ele foi diversas vezes a Israel para conversar sobre a relação com os palestinos e à Europa em meio ao agravamento da crise econômica internacional. Nas  reuniões com líderes estrangeiros, ele costuma defender medidas comuns de combate ao tráfico de drogas e de aproximação com a África.

Na passagem pelo Brasil, Biden irá ao Rio de Janeiro onde visita uma comunidade pacificada. A ideia é que ele visite o Morro Santa Marta, na zona sul, onde foi instalada a primeira Unidade da Polícia Pacificadora (UPP), há quatro anos e meio.  Em São Paulo, ele tem reuniões com empresários, principalmente, do setor de energia.

No último dia (31), o vice-presidente tem reuniões com a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e com os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Biden desembarcará em Brasília pouco mais de duas semanas após o chanceler brasileiro ter ido a Washington conversar com Kerry sobre a primeira visita de Estado de Dilma aos Estados Unidos, em outubro, em data ainda não definida.

Para os americanos, a visita de Estado ocorre quando há uma relação de parceria estratégica. A Casa Brasil informou que Biden frequentemente faz viagens ao exterior, pois já foi várias vezes à Europa, países do Oriente Médico, além da África. Na América Latina, ele conhece México, Honduras e Chile, entre outros.

Tags: