Apesar da queda de 11,6% no volume de vendas, o setor espera retomada em 2010 Brasília (Comex-DF) O Brasil deve fechar o ano com redução de 11,6% no volume de exportações de frutas nacionais, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), com base nos dados da Secex (Secretaria de Comercio Exterior).
De janeiro a novembro, foram exportadas 707 mil toneladas de frutas, no mesmo período do ano passado foram 811 mil toneladas. Em 2009, o valor total do comércio internacional de frutos deve girar em torno dos US$ 561 milhões. De acordo com Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Ibraf, essa redução de mais de 10% no volume de exportação é decorrente de diversos fatores, “mercados deprimidos, preços baixos e divergências climáticas nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, além da decisão dos importadores em reduzir os contratos, foram alguns dos responsáveis pelo cenário que é visto hoje.”
O clima prejudicou algumas culturas nesse ano, a região Nordeste foi a mais afetada e, consequentemente, as produções de banana, manga, abacaxi e uva sofreram quedas na exportação. Já com a crise econômica, houve uma retração de compra por parte dos importadores, além de cortes nos financiamentos para as operações pré-embarque de muitos exportadores. Outro fator financeiro responsável por essa quebra na exportação foi a valorização do real com relação ao dólar, “com a valorização de 25%, desde janeiro de 2009, muitos exportadores reduziram as vendas externas e focaram no mercado interno, que se apresentou mais lucrativo”, analisa Fernandes.
A pauta de exportações de frutas processadas também fechará em queda este ano, impulsionada pelo suco de laranja congelado, que teve uma redução 41% até novembro comparado com o mesmo período do ano anterior. Para o presidente do Ibraf “a dificuldade maior para as exportações de suco de laranja refere-se a queda de consumo mundial de cerca de 17% no período de 2001 a 2009, e também a grande concorrência de bebidas de frutas inovadoras”.
Para 2010 a expectativa é por uma recuperação na demanda por parte dos países desenvolvidos. “A Europa e os Estados Unidos são os principais destinos das frutas brasileiras, com a recuperação da economia acreditamos que a busca pelos produtos deve voltar a crescer”, ressalta Fernandes. O executivo, no entanto, alerta que uma maior valorização da moeda nacional e a ausência de ferramentas compensatórias por parte do governo podem prejudicar essa recuperação e impedir o alcance da meta.
Novos mercados
Para diminuir a dependência do setor nos mercados Europeu e Norte Americano, o Ibraf em parceria com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos – Apex-Brasil, realizou um estudo para analisar os mercados potenciais para as frutas e seus derivados no exterior, visando incluir novos mercados no Projeto de Promoção das Exportações das Frutas Brasileiras e seus Derivados – Brazilian Fruit. Países como Emirados Árabes, Arábia Saudita, África do Sul, Angola, Rússia, Hong Kong e China, aparecem neste estudo como mercados em expansão para as frutas brasileiras e seus derivados.
“Estamos preparando o planejamento do projeto para 2010/2011 e dedicaremos esforços para promover o setor nestes países também” complementa Fernandes. Perfil Brazilian Fruit O programa Brazilian Fruit é realizado desde 1998 pelo Ibraf, em parceria com a Apex-Brasil, com o objetivo de promover as frutas brasileiras e seus derivados no exterior, consolidando a imagem do Brasil como grande produtor e exportador de frutas frescas e processadas com qualidade, diversidade e salutabilidade.
Em 1998 o projeto teve início com a promoção de 4 frutas frescas, atualmente agrega mais de 20 produtos frescos e processados. Os frutos desta iniciativa, podem ser percebidos nos resultados das exportações: em 1998 foram exportadas 296 mil toneladas de frutas frescas, já em 2008, o volume saltou para 888 mil toneladas. Quanto às frutas processadas em 2007 foram exportados US$ 2,7 bilhões. Além do aumento das exportações, cabe destacar nos últimos anos o crescimento no número de empresas exportadoras, dos tipos de frutas exportadas e de seus respectivos países de destino.
Fonte: BrazilianFruit