Forte retração nas exportações para a Colômbia e perda de mercado para a China preocupam o governo brasileiro
Da Redação
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará a Colômbia dias 16 e 17 de abril com o objetivo de explorar novas possibilidades de ampliar o comércio bilateral, diversificar a pauta exportadora e incentivar os investimentos entre os dois países. Com isso, o Brasil espera fazer um contraponto à crescente presença da China que vem conquistando importantes espaços em mercados vitais para as exportações brasileiras de produtos manufaturados no país vizinho.
No primeiro trimestre deste ano, as exportações para a Colômbia totalizaram US$ 790 milhões, com uma redução de 34,3% comparativamente com igual período de 2023. Produtos manufaturados foram os mais atingidos pela retração nas importações: as exportações de veículos de passageiros, o principal item da pauta exportadora, com um percentual de 12%, caíram 39% para US$ 64 milhões. Parte desse mercado passou a ser ocupado pela indústria automobilística chinesa, especialmente pelos veículos elétricos que chegam ao país e a toda a América Latina com tecnologia moderna e preços sem competidores no mercado internacional.
Demais produtos da indústria de transformação registraram queda ainda maior, de 54% e geraram US$ 36 milhões em receita, e partes e acessórios dos veículos caíram 25% para US$ 30 milhões. Outro produto que teve os embarques em baixa foi o café não torrado, com uma contração de 49% e receita de US$ 28 milhões.
Nesse cenário de baixa, as exportações colombianas para o Brasil também tiveram redução nos meses de janeiro a março, mas a queda foi de apenas 3,5% para um total de US$ 515 milhões. A corrente de comércio entre os dois países totalizou US$ 1,304 bilhão (inferior em 24,8% ao total registrado no mesmo período de 2022) e a balança bilateral proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 275 milhões.
Os principais produtos exportados pela Colômbia foram coques e semicoques (US$ 149 milhões); carvão (US$ 1-6 milhões); polímeros de cloreto de vinila (US$ 53 milhões); outras matérias plásticas em formas primárias (US$ 38 milhões); inseticidas, rodenticidas, fungicidas (US$ 28 milhões); e gorduras e óleos vegetais (US$ 22 milhões).
Exportações em forte queda
Em 2023, a Colômbia foi o 17º. destino das exportações brasileiras, no total de US$ 3,823 bilhões (queda de 24,4% em relação a 2022). Por outro lado, as exportações colombianas tiveram uma contração de 3,3% e totalizaram US$ 2,283 bilhões. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 6,111 bilhões (queda de 17,7% em relação a 2022) e proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 1,534 bilhão.
A queda nas exportações em si é um motivo de preocupação para o governo brasileiro e a apreensão é maior devido ao fato de que a retração envolve alguns dos principais produtos exportados pela indústria brasileira de transformação não só para a Colômbia, mas também para países como a Argentina, Chile e Peru, destinos tradicionais e importantes para as vendas externas dos manufaturados brasileiros.
No caso dos veículos de passageiros, por exemplo, a queda das exportações atingiu um percentual de 39% e a de partes e acessórios de veículos teve uma redução de 25%. A essas retrações se somou uma queda de 54% nos embarques da indústria de transformação.