Com queda das exportações, Brasil vê cair para menos da metade saldo na balança com a China

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Da Redação

Brasília – O superávit do Brasil no comércio com a China caiu de US$ 8,722 bilhões em 2013 para US$ 3,275 bilhões em 2014. A forte redução no saldo deveu-se a uma retração de 11,75% nas exportações brasileiras e ao aumento de 16,30 nas vendas chinesas ao Brasil. Ano passado, o fluxo comercial atingiu o montante de US$ 77,957 bilhões, segunda maior cifra de todos os tempos, inferior apenas aos US$ 83,329 bilhões comercializados pelos dois países em 2013. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior  (MDIC).

Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB, José Augusto de Castro, este ano as exportações brasileiras para a China devem ser afetadas pelo fato de que as cotações das principais commodities projetam queda para 2015, decorrente de expansão da oferta em nível superior à demanda internacional de produtos como soja, minério de ferro e petróleo. Ano passado, apenas esses três produtos foram responsáveis por 78,37% de todo o volume exportado para a China.

Em sua previsão para o comércio exterior brasileiro em 2015, a AEB estimou queda nessas três commodities que constituem os carros-chefe da pauta exportadora para os principais parceiros comerciais do Brasil e para a China em especial.

A receita com as vendas de minério de ferro, que totalizaram US$ 25,540 bilhões em 2014, devem cair pra US$ 21,300 bilhões, uma retração de 16,5%. Maior ainda será a queda registrada com as exportações de soja em grão: 17,5%, passando de US$ 23,270 bilhões ano passado para US$ 19,200 bilhões este ano. Para as exportações de petróleo a AEB prevê uma redução de 6,1%, com a receita de US$ 16,660 bilhões obtida em 2014 caindo para US$ 15,640 bilhões este ano.

Apesar desses números, analistas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) acreditam que as previsões da AEB podem não se concretizar. Para que isso aconteça, justificam basta que a China concretize a intenção manifestada à presidente Dilma Rousseff pelo vice-presidente da China, Li Yuanchao, que se reuniu com a mandatária brasileira logo após a posse presidencial para o segundo mandato de Dilma Rousseff.

Na oportunidade, Yuanchao indicou que a China está disposta em ampliar as importações de produtos manufaturados do Brasil e comprometeu-se em agilizar o processo de normalização das certificações para exportações brasileiros de carne para a China. O vice-presidente chinês informou ainda a conclusão dos estudos para a liberação das importações chinesas de milho brasileiro.

Esses e outros temas da pauta das relações sino-brasileiras deverão ser tratados em profundidade durante a visita que a presidente Dilma Rousseff deverá fazer a Pequim, atendendo a um convite reiterado pelo vice-presidente Yuanchao. A expectativa é de que essa visita se realize ainda neste primeiro semestre.

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