CNA: com redução de oferta no mercado internacional, açúcar deverá recuperar preços em 2016

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Brasília O fenômeno climático El Niño causou impactos negativos na produção mundial das principais lavouras de cana-de-açúcar. No Brasil, maior exportador do produto no mundo, as chuvas foram a principal causa dos prejuízos e na Índia, a segunda maior exportadora, as secas prejudicaram a safra.

Na terça-feira, dia (24), a Organização Internacional do Açúcar (OIA) aumentou a previsão de déficit do produto, no mercado global, de 3,5 milhões de toneladas para 5 milhões, na safra iniciada em outubro 2015 e que se encerra em setembro de 2016. De acordo com o relatório trimestral da entidade, a justificativa é a retração nas expectativas para a produção do Brasil, Índia, União Europeia e Tailândia.

Apesar do cenário ruim no mundo, as perspectivas para os produtores brasileiros são boas. Segundo o assessor técnico da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rogério Avellar, a diminuição da oferta pode apressar uma recuperação nos preços do açúcar, após o produto atingir em agosto do ano passado as menores cotações em 10 anos. “Com a alta do dólar, os preços reagiram e a saca de 50 kg de açúcar refinado, que no mercado interno, era vendida a R$ 46, hoje está valendo R$ 80;”.  O assessor técnico acrescentou que a previsão brasileira de produção de açúcar, para esta safra, é de 34 milhões de toneladas, com aproximadamente 12 milhões para o mercado interno.

Histórico
A OIA também divulgou no relatório que a última vez que a demanda ultrapassou a oferta foi em 2009/10, quando o desequilíbrio puxou os preços para acima de 30 centavos de dólar por libra-peso, contra os valores atuais que giram em torno de 15 centavos de dólar. No entanto, os estoques atuais são grandes o bastante para prevenir uma reação com esta proporção. “Não são previstos apertos na oferta de açúcar no mercado físico uma vez que a disponibilidade global de exportação e a demanda de importação parecem estar bem ajustadas”.

Próxima safra – A entidade destacou também no documento que o déficit deve persistir “por pelo menos mais uma temporada”. Na sua primeira estimativa para a safra 2016/17, a Organização prevê oferta ainda menor, com déficit de cerca de seis milhões de toneladas.

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