Sócio-fundador do Grupo Invoice, Jonas Vieira, esteve no evento e listou tudo que deve chegar aos setores no próximo ano; IA deve ganhar ainda mais destaque
Da Redação (*)
Brasília – Está acontecendo a Canton Fair, a maior feira multissetorial do mundo, em Guangzhou, na China. Apresentando tudo que há de novo em vários segmentos e sendo um grande hub de negócios, o evento também funciona como um termômetro preciso para se entender as transformações que vão orientar o mercado no próximo ano.
É ali que importadores, exportadores, operadores logísticos e autoridades de diferentes países se encontram para fortalecer parcerias, abrir novos mercados e identificar oportunidades de expansão. O sócio-fundador do Grupo Invoice, Jonas Vieira, participou da primeira fase do evento e reforçou a importância dele para o setor.
“O evento atua como um termômetro do fluxo internacional de mercadorias, refletindo mudanças nos padrões de consumo e nas cadeias produtivas. Para quem atua nesses setores, a feira representa não apenas uma oportunidade de negócios, mas também um espaço essencial de conexão, aprendizado e relacionamento, afinal, esse setor é muito baseado nesses pilares”, afirma Vieira.
Pensando nisso, Jonas Vieira listou sete tendências para o comércio exterior e a logística para 2026:
Automação inteligente e hiperautomação
A logística vai além da simples automação e processos complexos serão “hiperautomatizados” com inteligência artificial, aprendizado de máquina, RPA (automação de processos robóticos) e analytics para lidar com tarefas como desembaraço aduaneiro, documentação, monitoramento de carga. Entretanto, Vieira diz que ainda é imprescindível a presença dos humanos “A IA ainda está em evolução, talvez tenha até atingido um platô. Ela é uma excelente ferramenta e tem um papel central na velocidade dos processos, mas ainda não está pronta para ser autônoma”, analisa.
Sustentabilidade e logística verde
Com o aumento da importância do meio-ambiente para empresas e clientes, é necessário que cada vez mais o setor consiga se transformar e se tornar mais sustentável. O transporte internacional terá que levar em conta as pegada de carbono, certificações ambientais, e pode haver vantagens competitivas para quem já estiver “verde”.
Queda no transporte de cargas aéreo
Há uma tendência de queda nesse segmento, especialmente porque o transporte de cargas entre os passageiros reduziu, diminuindo essa tendência. O modal continuará importante e utilizado, especialmente para o transporte de produtos que demandam mais urgência.
Aumento do protecionismo
Com os problemas geopolíticos e econômicos acontecendo em diversas regiões do planeta, é esperado que os países se concentrem mais em seus mercados internos ao invés de buscar negociações globais. O tráfego de cargas seguirá grande, mas com menos intensidade. “O momento atual faz com que cada país tenha que se preocupar com a sua própria estabilidade, dificultando a abertura de mercado para outros países”, diz o sócio-fundador do Grupo invoice.
Foco em redução do consumo de energia
Ainda dentro de sustentabilidade, a redução do consumo energético deve ser um dos temas mais presentes no ano que vem. Com cada vez mais empresas tentando inovar e partindo para soluções mais verdes, a energia vira tema central, especialmente com a chegada massiva da IA e do seu uso em toda a industria.
Produtos white label ganham espaço
A dominância da China na produção de produtos, especialmente tecnológicos, ficou bem exposta durante a feira. Com uma variedade de itens diferenciados, diversas marcas chineses estão permitindo que marcas locais se apropriem dos produtos, mantendo a produção no país asiático, mas com uma roupagem de comercialização mais local e direcionada para o público de cada região.
Importações menores
Importar agora não precisa ser em quantidades exorbitantes. Pensando em empresas menores ou até que estão iniciando no mercado, cada vez mais é permitido comprar em menores quantidades com preços competitivos, permitindo uma entrada no mercado menos agressiva e mais rentável para quem está neste processo.
Além disso, Vieira destaca o tino comercial dos chineses que, além de serem ótimos negociadores, sempre tentando oferecer o melhor preço e qualidade, não perdem tempo com quem não faz sentido para os negócios deles, dando uma dinâmica muito diferente das feiras brasileiras e de outros mercados.
“Não há tempo a perder para eles. Eles te perguntam se você é do setor logo de cara e isso conduz toda a conversa que terá com a empresa que está em exposição. É tudo muito direcionado, mas muito respeitoso. É uma dinâmica diferente e demonstra porque os chineses tem grande destaque nesse segmento, vale muito a pena conferir”, conclui.
(*) Com informações do Grupo Invoice







