São Paulo – O mercado europeu atualmente absorve 94% das exportações de melão brasileiro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), com destaque para Espanha, Países Baixos e Reino Unido. O Brasil tem a vantagem de um clima propício à produção da fruta, especialmente na região Nordeste, onde há temperaturas elevadas com alta incidência de sol, e vem atendendo à demanda da União Europeia com a oferta de novas variedades de melão e melancias sem sementes que têm como características mais sabor e maior resistência.
Segundo Auristemio Andrade, especialista em Melão da marca de soluções inovadoras para frutas, legumes e vegetais Seminis®, a tendência é que o mercado de frutas esteja mais aquecido neste ano caso o dólar se mantenha estável, o que traz oportunidades para o Brasil.
“Tivemos um impacto da pandemia em 2020, mas neste ano já percebemos uma retomada forte. Tanto que a demanda por frutas globalmente está alta e para 2021 prevemos um aumento de 10% em área plantada”, destaca.
Um dos desafios na exportação de hortifrúti é levar sabores diversos ao mesmo tempo em que se garante a qualidade da fruta para que possa ser comercializada de diferentes formas, seja in natura ou processada. Um exemplo disso é a Melancia Durlinda, de aproximadamente 5kg, lançada pela marca em 20, que não solta água e tem como característica a textura extra firme. A novidade é uma opção resistente e durável para ser vendida já cortada nos varejistas e tem atendido à demanda crescente do mercado de processamento europeu.
“A Europa consome muitas das novidades produzidas no Brasil, incluindo as gamas de melão consideradas nobres. Hoje os países do bloco costumam importar melões dos tipos Harper, como o SV1044MF e Don David, melões amarelos como a variedade Goldmine, gálias como Mc Laren, DRG3228 e os lançamentos SVMG5224 e SVMG4974, além de variedades como Pele de Sapo e Charentais (Banzai). Notamos que a busca constante por novas variedades pelos consumidores e produtores vem aumentando, e por isso, temos realizado ensaios para disponibilizar sementes que gerem frutas com características diferenciadas para atender essa necessidade”, conta o especialista.
A Seminis®, que integra a plataforma Vegetables by Bayer, traz novidades nessa área: são mais de 20 variedades melões e melancias disponibilizadas comercialmente. Ao todo, o portfólio da empresa contempla mais de 20 diferentes tipos de culturas de hortifrúti comercializadas no Brasil.
Em 2021, o destaque da Seminis® é a nova variedade de melão SVMG5224 do tipo Gália, com tolerância à mosca-minadora e que entrega alta produtividade, com possibilidade de colheita de 80% de uma só vez durante a janela de maturação. Além disso, recentemente a marca disponibilizou também aos produtores brasileiros sementes de novas variedades de melão tipo Orange, de casca amarela e polpa cor salmão, além de introduzir ensaios com novos melões tipo “Dino”.
“A cada ano conseguimos trazer ao Brasil em torno de 700 a 1.000 novas variedades para testar na cadeia, diante da procura por novos sabores no mercado global”, destaca Andrade.
Em 2022, a Seminis® pretende realizar dois lançamentos: um novo melão do tipo Pele de Sapo e o Orange Candy, variedades que entregam excelente sabor, associado a um alto tempo de prateleira.
Benefícios para todos
O melão e a melancia são frutas ricas em água, vitaminas e sais minerais, contribuindo para uma alimentação saudável, além de conter fibras que auxiliam no bom funcionamento do intestino. No mercado europeu, o melão e a melancia são frutas muito consumidas no verão, entre os meses de junho e setembro, período em que a produção está alta no Brasil.
“Por meio de cruzamentos conseguimos criar, de forma híbrida, frutas com sabores ainda mais marcantes, que chamam a atenção na hora de provar. O consumidor não precisa ficar escolhendo no momento da compra, pois todas entregam qualidade”, conta o especialista em Melão da Seminis®.
O Brasil planta atualmente cerca de 25 mil hectares de melão, sendo 22 mil hectares na região Nordeste, nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco. A abertura das exportações para a China, autorizada em 2020, tende a ampliar a produção brasileira, segundo Auristemio Andrade. “Caso atendamos 10% do mercado chinês no futuro, será necessário dobrar a área de produção Brasil. O potencial do mercado é gigante e a tendência é que o país amplie as exportações”, indica.
Para o produtor, utilizar sementes que geram plantas mais resistentes a doenças e pragas contribui para uma agricultura mais sustentável. Nossa tecnologia de introdução de tolerância a algumas pragas e doenças permite que produtor alcance um manejo mais sustentável, utilizando menos defensivos agrícolas, entregando economia para o produtor, segurança alimentar para os consumidores e ao mesmo tempo cuidando melhor do meio ambiente.
“Fazemos diversos ensaios de cruzamento e a tecnologia da Seminis® permite alcançar uma maior produtividade e resistência por meio de características naturais da planta, como amargor ou dureza de folha”, explica Andrade. “Estamos trabalhando expandir essa tecnologia para todos os tipos de melão, sendo que hoje temos utilizado com sucesso nas variedades do tipo Gália e Harper”
Segundo o especialista da Seminis®, o fato de o Brasil ter uma janela de produção bem definida por conta das condições climáticas leva segurança de abastecimento aos mercados e distribuidores globais. “É um conjunto de características que contribui para que o país seja um celeiro de novas variedades. Não basta entregar apenas produtividade, é fundamental aliar sabor e qualidade final de planta. Vemos muita oportunidade para entregar valor ao setor”, finaliza.
(*) Com informações da Bayer