Brasília – O Brasil vai fechar o ano de 2010 com o maior deficit registrado em sua balança comercial com os Estados Unidos nas últimas décadas e deverá figurar entre os três principais geradores de saldo comercial para os americanos na temporada. De janeiro a novembro, o saldo negativo brasileiro no intercâmbio com os Estados Unidos ultrapassou os US$ 7,8 bilhões, quase o dobro dos US$ 4,4 bilhões de superavit alcançado pelos americanos junto ao Brasil em todo o ano de 2009.
Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de janeiro a novembro, as exportações americanas para o Brasil totalizaram US$ 24,8 bilhões, cifra superior em 35,48% ao total exportado pelos americanos ao país em igual período do ano passado. Em contrapartida, as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram apenas 19,39% este ano, comparativamente com o período janeiro/novembro de 2009, somando US$ 17 bilhões.
A exemplo do que já aconteceu ano passado, também em 2010 registra-se um crescimento importante na participação do petróleo em bruto na pauta exportadora brasileira para o mercado americano. As receitas obtidas com as exportações do petróleo já somam mais de US$ 3 bilhões, correspondendo a 17,87% de todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos.
Do lado americano, o principal item da pauta exportadora para o Brasil foi o óleo diesel, com vendas de mais de US$ 1,772 bilhão. A seguir vêm hulha betuminosa (US$ 930 milhões) e partes de turborreatores (U|S$ 704 milhões)..
Os números divulgados pelo MDIC mostram ainda que pela primeira vez em muitos anos a participação dos Estados Unidos no volume global exportado pelo Brasil ficará abaixo dos 10%. De janeiro a novembro os Estados Unidos foram o destino de apenas 9,42% de tudo o que o Brasil vendeu ao exterior. Enquanto isso, os Estados Unidos foram responsáveis por 14,96% das importações brasileiras.
Em 2010, o comércio bilateral Brasil-Estados Unidos superará com folga o total de US$ 35,6 bilhões em transações comerciais realizadas pelos dois países, devendo fechar o ano com pelo menos US$ 45 bilhões em negócios bilaterais. Apesar dessa elevação, os dois países ficarão ainda distantes do recorde registrado em 2007, quando realizaram trocas comerciais no valor de mais de US$ 53 bilhões, a maior cifra já registrada na história do intercâmbio comercial bilateral.