Gamaleldien e Chofi (direita)

Brasil e Egito concluem processos para digitalização de despacho aduaneiro

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Após reunião com autoridades do país árabe, presidente da Câmara Árabe afirma que processos técnicos para implantação de despacho aduaneiro digital no comércio Brasil-Egito já estão finalizados.

Da Redação (*)

São Paulo – As tratativas para o uso do despacho aduaneiro digital nas operações de comércio do Brasil com o Egito estão avançando. Após se reunir com o head da Autoridade de Aduanas do Egito, Shahat Gathory, o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Osmar Chohfi, afirmou que os processos técnicos estão solucionados e falta, agora, ajustar detalhes administrativos pelo lado egípcio.

As negociações são pela utilização por parte do Egito do Easy Trade, sistema que integra a Plataforma Ellos, desenvolvida pela Câmara Árabe para tornar digital o processo de exportação aos países árabes. A Jordânia já implantou a novidade. O Easy Trade elimina a necessidade de envio de papel, emite o documento no mesmo dia para envios até 16h e diminui custos.

“Nós sentimos uma iniciativa positiva das autoridades com quem nos reunimos, pois a plataforma Ellos é um instrumento de facilitação e agilização do comércio entre os países”, disse Chohfi sobre o encontro realizado na quarta-feira (30). Nesta semana, Chohfi e o secretário-geral e vice-presidente de Relações Internacionais da Câmara Árabe, Mohamad Mourad, realizam diversos encontros com autoridades do Egito. Eles são acompanhados, em suas visitas, pelo chefe do escritório da instituição no Cairo, Micheal Gamal.

Nesta quinta-feira (31), Chohfi, Mourad e Gamal estiveram com o chairman da Autoridade da Zona Econômica do Canal de Suez (SCZone), Waleid Gamaleldien, e discutiram a possibilidade de a SCZone ceder uma de suas áreas para a instalação de indústrias brasileiras, que, se o projeto se concretizar, poderão produzir a partir deste local.

“Convidamos uma delegação deles [da SCZone] para visitar o Brasil no começo de fevereiro de 2025 para apresentarmos as facilidades da zona industrial a empresas brasileiras, porque atenderia não só um mercado de 110 milhões de pessoas no Egito, como de países da África Oriental, aproveitando os acordos de livre-comércio que o Egito mantém com estas nações”, disse Chohfi. Ele afirmou que um grupo de trabalho poderá ser criado para avaliar os potenciais desta oportunidade.

Comércio com o Egito

De acordo com Mourad, a reunião tratou também da ampliação de comércio e investimentos entre os dois países considerando-se os benefícios proporcionados pelo acordo de livre-comércio entre o Egito e o Mercosul (formado por Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

“Na pauta de investimentos, a autoridade do Canal de Suez busca atrair empresas brasileiras para se instalar lá, criando assim um hub Brasil, trazendo para mais perto a produção, diminuindo o risco de disruptura da cadeia de suprimentos, como aconteceu durante a pandemia, e, paralelamente, se beneficiando de ter o seu produto mais próximo também de outros países da África”, afirmou o secretário-geral.

Durante a semana, os executivos da Câmara Árabe estiveram também com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, com o embaixador do Brasil no Cairo, Paulino Franco de Carvalho Neto, e com o secretário-geral assistente e chefe de Relações Econômicas da Liga dos Estados Árabes, Al Ibrahim Al-Malki, entre outros encontros.

“Tivemos conversas frutíferas, que indicaram oportunidades de cooperação econômica. Mas é preciso trabalhar com o setor empresarial e, em alguns casos, com o setor governamental [para que os projetos discutidos no decorrer das reuniões se concretizem]”, afirmou Chohfi

(*) Com informações da ANBA

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