Brasil a caminho de um deficit recorde de até US$ 10 bilhões no comércio com os Estados Unidos

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Da Redação

Brasília – A quatro meses do encerramento do ano, analistas do comércio exterior dão como praticamente certo que o Brasil registrará este ano o maior deficit na história das relações comerciais com os Estados Unidos. O maior saldo negativo desse intercâmbio foi registrado em 2011, quando as exportações americanas para o mercado brasileiro superaram as vendas brasileiras em US$ 8,166 bilhões. Este ano, de janeiro a agosto, o Brasil já acumula um deficit de US$ 7,708 bilhões nas transações com o país que até recentemente foi o principal parceiro comercial do Brasil, posto hoje ocupado pela China.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos sete primeiros meses de 2013, as exportações americanas totalizaram US$ 23,781 bilhões. No período, o Brasil exportou para o mercado americano mercadorias no montante de US$ 16,073 bilhões. Com isso, o deficit que totalizou US$ 2, 757 bilhões no período janeiro-julho do ano passado, registrou um salto de impressionantes 179,59%, o maior já computado no comércio exterior brasileiro com um grande parceiro comercial do País em tão pouco espaço de tempo. O saldo negativo é bastante superior ao deficit verificado em todo o ano de 2013, quando as trocas entre os dois países foram favoráveis aos americanos no montante de US$ 5,660 bilhões.

E se até recentemente era possível encontrar no governo pessoas que acreditavam que o Brasil poderia reduzir drasticamente o saldo negativo acumulado nos primeiros meses do ano nas transações com os Estados Unidos, hoje não falta quem aposte que não será surpresa se os americanos fehcarem o ano com um superávit de até US$ 10 bilhões no intercâmbio com o Brasil.

De acordo com os analistas, nem o aumento da cotação do dólar em relação ao real, nem a ligeira recuperação da economia americana serão capazes de modificar esse panorama. O deficit histórico não pode ser justificado apenas pela expressiva redução nas exportações de petróleo bruto para o mercado americano, que despencaram 55% se comparadas com igual período do ano passado. Retirando-se da conta o impacto da queda nas vendas de petróleo, ainda assim o deficit comercial com os Estados Unidos continuaria elevado.

Por outro lado, o forte aumento nas vendas de suco de laranja, da ordem de 331%, turbinadas pela quebra de safra nos laranjais americanos, e de alguns derivados de petróleo não compensaram a forte queda nas exportações de produtos semimanufaturados de ferro e aço, peças e partes de automóveis, geradores elétricos e outros produtos de maior valor agregado que tradicionalmente figuram na pauta exportadora para os Estados Unidos..

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