Da Redação
Brasília – As exportações brasileiras para os principais blocos econômico-comerciais do mundo fecharam o primeiro quadrimestre do ano com fortes quedas, com retrações bastante elevadas nas vendas para os países do Mercosul, da União Europeia, África, BRICS e do Oriente Mé dio.
Principal destino das exportações brasileiras de produtos manufaturados, o Mercosul vem reduzindo, a cada ano, as importações de bens fabricados no Brasil. Ano passado, a queda foi de 15,17% e este ano as exportações para a Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela já caíram 15,12%, totalizando US$ 6,577 bilhões. Na outra ponta do intercâmbio, as importações tiveram um recuo ainda maior, de 20,19% e a receita obtida pelos sócios do bloco nas trocas comerciais com o Brasil somaram US$ 4,703 bilhões. De janeiro a abril, o saldo em favor do Brasil soma US$ 1,874 bilhão. Em todo o ano de 2014, o superávit brasileiro chegou a US$ 6,607 bilhões.
A retração no volume de trocas com o Mercosul foi ditada pelo recuo, praticamente no mesmo patamar (-15,58%) verificado nas exportações para a Argentina, principal parceiro do Brasil no bloco e terceiro maior parceiro comercial do Brasil em todo o mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. No primeiro quadrimestre do ano, o Brasil exportou para a Argentina bens no valor de US$ 4,084 bilhões e importou itens no montante de US$ 3,645 bilhões.
Em relação aos BRICS (bloco que além do Brasil é integrado pela Rússia, China, Índia e África do Sul), as exportações brasileiras totalizaram US$ 11,875 bilhões, enquanto as importações atingiram a cifra de US$ 14, 982 bilhões, gerando um déficit de US$ 3,106 bilhões. Em todo o ano de 2014, a balança comercial com os países do bloco resultou em um saldo negativo de US$ 2,731 bilhões.
O déficit no intercâmbio com os sócios dos BRICS deve-se fundamentalmente ao crescente desequilíbrio nas trocas comerciais com a China, o principal parceiro comercial do Brasil em todo o mundo. De janeiro a abril, o país acumula um saldo negativo de US$ 2,527 bilhões com os chineses. Em todo o ano de 2014, o superávit chinês totalizou US$ 3,273 bilhões. Este ano, as exportações brasileiras para a China encolheram 31,59%, enquanto as vendas chinesas tiveram uma retração de apenas 4,03% comparativamente com o primeiro quadrimestre de 2014.
Até o ano de 2012, a balança comercial com a União Europeia sempre foi favorável ao Brasil e em 2007, por exemplo, o saldo brasileiro no comércio com os países do bloco atingiu a cifra recorde de US$ 13,824 bilhões. Mas o superávit sempre elevado transformou-se em déficit a partir de 2013 (-US$ 2,979 bilhões), chegando a US$ 4,669 bilhões no ano passado. Este ano, as exportações para os vinte e oito estados-membros da União Europeia somam US$ 10,945 bilhões (queda de 14,23% em comparação com o primeiro quadrimestre de 2014), enquanto as venda europeias atingiram o total de US$ 12,851 bilhões (-17,55%). E mesmo com as exportações em queda, o bloco europeu tem um superávit de US$ 2,006 bilhões no comércio com o Brasil nos quatro primeiros meses deste ano.
As importações de grandes volumes de petróleo a Nigéria fazem com que o Brasil tenha uma balança comercial bastante desequilibrada com a África. Em 2014, as exportações para o grupo de países africanos somaram US$ 9,701 bilhões enquanto as importações totalizaram US$ 17,060 bilhões, resultando em um superávit africano no montante de US$ 7,360 bilhões.
Este ano, as exportações brasileiras para o continente africano atingiram, de janeiro a abril, a cifra de US$ 2,379 bilhões (queda de 21,05% em relação a igual período de 2014) e as importações, em desaceleração ainda mais acentuada de 36,19% ficaram em torno de US$ 2,978 bilhões. De janeiro a abril, o déficit com a África está acumulado em US$ 600 milhões. Em igual período de 2014, o saldo negativo chegava a US$ 1,656 bilhão.
Após um pequeno saldo de US$ 48 milhões registrado em 2014, este ano o Brasil tem uma balança deficitária com os países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru). De janeiro a abril, as exportações para o bloco atingiram o montante de US$ 3,433 bilhões (queda de 15,10% em relação ao primeiro quadrimestre de 2014), ao passo em que as importações foram da ordem de US$ 3,609 bilhões, resultando num saldo negativo de US$ 176 milhões.
Além do Mercosul, o Brasil tem saldos positivos nas trocas comerciais com apenas o Oriente Médio. Em relação aos países árabes, o superávit tem clara tendência de queda após atingir o ápice em 2011, quando a balança foi superavitária para o Brasil na cifra recorde de US$ 6,134 bilhões. Ano passado, o saldo recuou para US$ 2,420 bilhões e este ano, de janeiro a abril, soma US$ 1,711 bilhão. O superávit é resultado de exportações de US$ 3,083 bilhões e importações no montante de US$ 1,372 bilhão.