Tatiana Prazeres Foto: Assessoria de Comunicação/MDIC

Apenas 1% empresas brasileiras realizam exportações, aponta estudo do MDIC

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Da Redação (*)

Brasília – Apenas 1% das empresas brasileiras, ou seja 25 mil firmas,  realizam operações de exportação; 61% dessas companhias realizam negócios com os países vizinhos da América Latina; e a maior parte dessas empresas exporta de maneira esporádica.

 Essas são algumas das conclusões de uma radiografia das empresas exportadoras brasileiras elaborada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). O documento constata que o entendimento da dinâmica das exportadoras é fundamental para estimular uma maior participação das empresas nacionais no comércio exterior.

Segundo a Secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, o Ministério elaborou o estudo com o objetivo de encontrar respostas para perguntas básicas como: Quais são as empresas brasileiras que exportam? Depois de começarem a exportar, elas conseguem se manter no mercado externo?

O estudo foi tema do artigo “O que diz a radiografia das empresas exportadoras do Brasil”, de autoria de Tatiana Prazeres e publicado na Folha de São Paulo (24/6).

O fato de 61% das empresas pesquisadas realizarem negócios com os países latino-americanos, segundo a Secretária do MDIC, “reforça a importância da integração regional”, pois “além das vantagens da proximidade geográfica e cultural, os produtos brasileiros encontram tarifas mais baixas na região, fruto de acordos comerciais”.

O documento destaca ainda que, com a definição dos seus países-alvo, “as empresas exportadoras têm passado a dar mais atenção ao tamanho do mercado consumidor. De 2018 a 2020, aumentou em 24% o número de empresas exportando para a China. Para os Estados Unidos, o crescimento foi de 21%, para a União Europeia, de 16%. Por outro lado, o número de firmas exportando para o Mercosul cresceu apenas 2%”.

Participação tímida no comércio exterior

A pesquisa atesta que, salvo honrosas exceções, ainda é tímida a atuação externa das empresas brasileiras e que a probabilidade média de uma firma começar a exportar desde sua abertura até dez anos de funcionamento é de apenas 1%. Para a indústria de transformação, a chance aumenta para 4%. Empresas maiores, com mais de 250 empregados, têm probabilidade de 22% de conquistar o mercado externo em sua primeira década de existência.

Mas nem todas as empresas que acessam ao mercado externo conseguem seguir exportando de forma duradoura e consistente. O estudo mostra que a chance dessas empresas seguirem exportando após o primeiro ano de vendas externas é de aproximadamente 65%. Enquanto isso, a maior parte das empresas exporta de maneira esporádica. Períodos de exportações interruptos possuem duração mediana de três anos. Na opinião de Tatiana Prazeres, “manter as empresas no mercado externo é um desafio importante”.

Concentração nas exportações

Segundo Tatiana Prazeres, “o mapeamento que realizamos confirmou que as empresas que atuam no comércio exterior são concentradas regionalmente. Em 2020, os estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul concentravam 54% das firmas exportadoras brasileiras. Cerca de 90% das que venderam para outros países naquele ano concentravam-se nas regiões Sudeste e Sul”.

Outro dado relevante destacado no artigo: o percentual das firmas que exportaram para países do Mercosul foi quase 2,5 vezes maior nas regiões Sul e Sudeste do que nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste”.

A Secretária de Comércio Exterior indica ainda que “o estudo inédito realizado pelo MDIC nos permite mapear desafios para promover o nosso comércio exterior. O objetivo agora é avançar na agenda da competitividade para o país -e a reforma tributária, por exemplo, dará uma enorme contribuição não apenas para que a produção aqui seja mais competitiva, mas também para que o país pare de exportar tributos, o que hoje ainda é uma realidade”.

Para ampliar a base exportadora do Brasil, Tatiana Prazeres considera imprescindível “simplificar, desburocratizar, superar barreiras, concluir novos acordos, melhorar o financiamento, promover cultura exportadora e fortalecer a promoção comercial”.

(*) Com informações extraídas do artigo de autoria de Tatiana Prazeres, publicado pela Folha de São Paulo em 24 de Junho.

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