Da Redação (*)
Brasília – A Organização Mundial do Comércio (OMC) projeta um crescimento de 0k9% para o comércio mundial em 2025, acima da contração de -0,2% prevista em abril, mas abaixo da estimativa de 2,7% anterior aos aumentos tarifários.
A alta se deve principalmente à antecipação das importações nos Estados Unidos, afirmaram economistas da OMC em uma atualização de previsão divulgada em 8 de agosto. No entanto, tarifas mais altas ao longo do tempo pesarão sobre o comércio, reduzindo o crescimento esperado do volume comercial para o próximo ano de 2,5% para 1,8%.
Na avaliação da OMC, mu aumento repentino nas importações nos Estados Unidos no primeiro trimestre, antes dos esperados aumentos tarifários, contribuiu para a revisão em alta da previsão para 2025, divulgada no relatório Global Trade Outlook and Statistics de abril. O aumento das tarifas — incluindo as que entraram em vigor esta semana — prejudicará o comércio no segundo semestre de 2025 e em 2026.
A Diretora-Geral Ngozi Okonjo-Iweala afirmou: “O comércio global demonstrou resiliência diante de choques persistentes, incluindo os recentes aumentos tarifários. A antecipação das importações e a melhoria das condições macroeconômicas proporcionaram um modesto impulso às perspectivas para 2025. No entanto, o impacto total das recentes medidas tarifárias ainda está se desenvolvendo. A sombra da incerteza tarifária continua a pesar fortemente sobre a confiança empresarial, o investimento e as cadeias de suprimentos. A incerteza continua sendo uma das forças mais perturbadoras no ambiente comercial global.”
Países asiáticos impulsionam o comércio e América do Norte pesará negativamente
De acordo com a OMC, as economias asiáticas devem continuar sendo o maior impulsionador positivo do crescimento do volume do comércio mundial de mercadorias em 2025, embora sua contribuição em 2026 seja menor do que a prevista em abril.
A América do Norte pesará negativamente no crescimento do comércio global em 2025 e 2026, mas seu impacto negativo este ano será menor do que o estimado anteriormente devido à antecipação de importações nos EUA mais forte do que o esperado no primeiro trimestre. Enquanto isso, a contribuição da Europa para o comércio em 2025 passou de moderadamente positiva para ligeiramente negativa.
Outras regiões, incluindo economias cujas exportações são em grande parte produtos energéticos, verão sua contribuição positiva para o crescimento do comércio diminuir entre 2025 e 2026, à medida que os preços mais baixos do petróleo reduzem as receitas de exportação e diminuem a demanda por importações.
A OMC destaca ainda que a contração comercial projetada de -0,2% para 2025 na previsão de abril baseou-se nas medidas em vigor na época (14 de abril), incluindo a suspensão de tarifas “recíprocas” pelos Estados Unidos.
Acordos subsequentes dos EUA com a China e o Reino Unido elevaram a previsão para o ano para 0,3%, mas tarifas mais altas sobre aço e alumínio a reduziram posteriormente para 0,1%. As tarifas mais altas que entraram em vigor em 7 de agosto pesarão cada vez mais sobre o comércio, mas isso será compensado pelos impactos positivos da antecipação de embarques e do acúmulo de estoques, que precisarão ser revertidos em algum momento. A melhora do clima macroeconômico também trouxe ventos favoráveis, embora sujeito a um alto grau de incerteza.
(*) Com informações da OMC
